Natureza e cultura em disputa à luz do antropoceno

funções ambientais e/ou ecológicas da biblioteca

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47681/rca.v9i.65857

Resumo

A epistemologia como possibilidade de fundamentar o conhecimento a partir de uma perspectiva latino-americana gera oportunidades para o desenvolvimento da ciência e do conhecimento situado que respondem aos ideais de justiça social. O objetivo desta frase é apresentar a proposta da linha de pesquisa em Biblioteconomia desde Abya-Yala, as funções ecológicas para a biblioteconomia e CI. Historicamente, a biblioteca foi construída em torno de quatro funções sociais: cultural, educacional, política e econômica. À luz da realidade atual, em meio ao Antropoceno e da crise climática que enfrentamos como espécie, homo sapiens, este artigo tem como objetivo propor uma quinta função para as bibliotecas: funções ecológicas e/ou ambientais, ligadas aos processos de cuidado, proteção e defesa da natureza e ao papel que as bibliotecas, como instituições socio-naturais, podem desenvolver. Para isso, são utilizados o conceito de decolonialidade da natureza proposto por Catherine Walsh e o paradigma intercultural anticolonial da biblioteconomia e CI. São apresentadas experiências que conectam o parceiro natural e que nos permite refletir sobre as funções ambientais e/ou ecológicas em um contexto de biblioteca. O trabalho encerra com algumas ideias sobre como trabalhar no fortalecimento dessas funções. Este trabalho é produto da pesquisa pós-doutoral “Educação de professores e sua articulação com as economias familiares, camponesas e comunitárias (EFCC): um olhar por meio de contextos culturais (PNBI) e escolares (Mesa Nacional de Educaciones Rurales)”, que foi de natureza qualitativa, situada em um paradigma crítico e anticolonial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? Outra Travessia, Florianópolis, n. 5, p. 9-16, jan. 2005. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/12576/11743 Acesso em 24 fev. 2024

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução de Selvino J. Assman. 1ª reimpressão. São Paulo: Boitempo, 2007.

ÁLVAREZ-ZAPATA, D. et.al. La promoción de la lectura en las bibliotecas públicas de Medellín. Revista Interamericana de Bibliotecología, Medellín, v. 31, n.1, p.161-205.2008.

ARIAS-MALDONADO, M. Antropoceno: la política en la era humana. Barcelona: Taurus., 2018.

CARDONA, N. D. La incidencia de la biblioteca en las desigualdades sociales: Aportes epistemológicos a una Bibliotecología y Ciencia de la Información Latinoamericana. Medellín: Fondo Editorial Biblioteca Pública Piloto, 2019.

CARRERA, B., Y RUIZ, Z. (2016). Prólogo. En, AbyaYala Wawgeykuna. Artes, saberes y vivencias de indígenas americanos (pp. ١٢-١٧). https://rio.upo.es/xmlui/handle/١٠٤٣٣/٥٢٢٦

CRUTZEN, P. J.; STOERMER, E. F. The “Anthropocene”. Estocolmo: Global Change Newsletter, 2000.

DANOWSKI, D.; VIVEIROS DE CASTRO, E. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie Editora, 2017.

DUQUE- CARDONA, N. ¿Ciencia de la información para qué y para quién? Aproximación a los paradigmas de la Ciencia de la Información en el contexto universitario. In: CARDONA, N. D.; SILVA, F. C. G. Epistemologias Latino-Americanas na Biblioteconomia e Ciência da Informação: Contribuições da Colômbia e do Brasil. Florianópolis: Rocha, 2020. p. 45-72.

FROHMANN, B. O caráter social, material e público da informação. Em A dimensão epistemológica da Informação e suas interfaces técnicas, políticas e institucionais nos processos de produção, acesso e disseminação da informação, pp. 17-34. São Paulo: Marília, 2006.

GUTIÉRREZ, A. G. La organización del conocimiento desde la perspectiva poscolonial: itinerarios de la paraconsistencia. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 93-111, 2013.

HARAWAY, D. Staying with the Trouble: Making Kin in the Chthulucene. Duke: Duke University Press, 2016.

IFLA. Qué es una biblioteca verde. Disponível em: https://cdn.ifla.org/wp-content/uploads/IFLA-GreenLibraryDefinition_Spanish_2022Jan.pdf Acesso em: 20 ago. 2022.

IMBANQUINGO, A. Saberes intergeneracionales del agua en la producción de alimentos Estudio realizado en las comunidades andinas de Laphia y Totora de Tiquipaya, Cochabamba, Bolivia. In: Buen vivir y saberes locales. Sistemas andinos y agroecología. Buenos Aires: CLACSO, 2023.

IPCC, 2023: Climate Change 2023: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Core Writing Team, H. Lee and J. Romero (eds.)]. IPCC, Geneva, Switzerland, 184 pp., doi: 10.59327/IPCC/AR6-9789291691647.

KROPOTKIN, P. El apoyo mutuo. Bogotá: Prosa del mundo, 2022.

LANDA, M. B. Metodologías audiovisuales participativas. Un desafío epistémico, ético y político. Sociedade e Estado, [s.l.], v. 37, p. 101-110, 2022.

LATOUR, B. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza do Antropoceno. São Paulo: Editora UBU, 2020.

MOSTERÍN, J. Filosofía de la cultura. España: Alianza, 1994. [s.l.], v. 54, p. 40-57.

PERROTTI, E. Sobre informação e protagonismo cultural. In : GOMES, H. F. ; NOVO, H. F. Informação e protagonismo social. Salvador : UFBA, 2017. p. 11-26

REGATTIERI, L. L., & ANTUON, H. Algoritmização da vida e organização da informação: Considerações sobre a tecnicidade no algoritmo a partir de Gilbert Simondon. LIINC, v. 462-474, 2018.

SCOTT, J. C. Against the Grain: A Deep History of the Earliest States. Yale: Yale University Press, 2017.

TÁLAMO, M. d., & SMIT, J. W. Ciência da Informação: pensamento informacional e integração multidisciplinar. Brazilian Journal of Information Science, v. 33-57, 2007.

TRISCHLER, H. El Antropoceno, ¿un concepto geológico o cultural, o ambos? Desacatos, n.54, pp.40-57, 2017.

TSING, A. L. The Mushroom of the End of the world: on the possibility of life in the Capitalism ruin. Princeton: Princeton University Press, 2015.

UNESCO. La UNESCO y el patrimonio cultural. Disponível em: https://www.unetxea.org/dokumentuak/UNESCOPatrimonio.pdf. Acesso em: 12 sep. 2004.

VILLEGAS-PAREDES, R. Saberes intergeneracionales del agua en la producción de alimentos Estudio realizado en las comunidades andinas de Laphia y Totora de Tiquipaya, Cochabamba, Bolivia. In: Buen vivir y saberes locales. Sistemas andinos y agroecología. Buenos Aires: CLACSO, 2023.

WALSH, C. ¿Son posibles unas ciencias sociales/culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales. Nómadas, [s.l.], n. 26, p. 102-113, 2007.

WERSIG, G. Information science: the study of postmodern knowledge usage. Information processing and management, v. 229-239, 1991.

ZALASIEWICZ, J. et al. (2017). The Working Group on the Anthropocene: Summary ofevidence and interim recommendations. Anthropocene, [s.l.], v. 19, p. 55-60, 2017.

Downloads

Publicado

21-11-2024

Como Citar

Garcês da Silva, F. C., Fellipin dos Santos, G., & Duque Cardona, N. (2024). Natureza e cultura em disputa à luz do antropoceno: funções ambientais e/ou ecológicas da biblioteca. Revista Conhecimento Em Ação, 9, e65857. https://doi.org/10.47681/rca.v9i.65857

Edição

Seção

Dispositivos de Mediação da Informação