O problema da justiça na economia: uma nota sobre a filosofia moral de David Hume e Adam Smith

Eduardo Correia

Resumo


Originalmente destinado a um seminário sobre ética em economia, o objetivo deste artigo é discutir a possibilidade de uma fundação puramente sentimental para a justiça, a partir da filosofia moral de David Hume e Adam Smith. A confrontação entre os textos de Hume e Smith é antecedida pela exposição dos impasses a que está sujeita a concepção de justiça fundamentada nas premissas “racionalidade instrumental” e “auto-interesse percebido pelo agente como anterior à interação social”, concepção que, evidentemente, é a da economia neoclássica. Conforme procura-se argumentar, as noções de sociabilidade e do princípio da simpatia desenvolvidas pelo iluminismo escocês fornecem um conjunto satisfatório de premissas alternativas. Em relação a Hume, Smith teria levado essa concepção alternativa de justiça às suas últimas conseqüências, superando um problema de dualismo motivacional e assim gerando uma base para a explicação de instituições sociais que se distingue tanto do que hoje chamamos de “individualismo metodológico” quanto do “coletivismo metodológico”.

Palavras-chave


filosofia moral escocesa; fundação motivacional da justiça; racionalidade

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