INFORMALIDADE E SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO NOS ANOS 2000: UMA DECOMPOSIÇÃO QUANTÍLICA DE DIFERENCIAIS DE RENDIMENTOS

Autores

  • Francieli Tonet Maciel Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (FACE/UFMG)
  • Ana Maria Hermeto C. de Oliveira Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (FACE/UFMG)

Palavras-chave:

informalidade, diferenciais de rendimentos, decomposição, regressão quantílica, viés de seleção.

Resumo

Este artigo decompõe as mudanças nos diferenciais de rendimentosentre trabalho formal e informalna última década no Brasil, entre efeitos de composição e de segmentação, separadamente por gênero. São utilizados os microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, e o método de Machado e Mata (2005) para a decomposição ao longo da distribuição de rendimentos, com correção de seleção amostral. Para mulheres e homens, verificou-se que o efeito de segmentação contribuiu para aumentar a vantagem de rendimentos para o trabalho formal na base da distribuição, enquanto que o efeito de composição contribuiu para reduzir esses diferenciais ao longo de toda a distribuição, sendo, no entanto, maior no topo do que na base da distribuição de rendimentos. Contudo, verificou-se diferenças importantes por gênero quanto ao nível e variação desses componentes no período e ao longo da distribuição. O nível de desigualdade é maior entre as mulheres do que entre os homens, sendo o efeito de segmentação ainda mais grave para o trabalho informal feminino na base da distribuição. Por outro lado, a redução no efeito de composição se mostrou superior entre as mulheres ao longo de toda a distribuição, acarretando em uma queda do diferencial total a partir do 30º quantil maior para o trabalho feminino, ainda que este permaneça inferior para o trabalho masculino. 

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Publicado

2018-08-28