Um Olhar Além Das Críticas à Teoria Da Estruturação: Uma Proposta Metodológica

Autores

  • Tassiani Aparecida Santos University of São Paulo
  • Flaviano Costa Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v14i4.27090

Palavras-chave:

Contabilidade Gerencial, teoria da estruturação, teoria da estruturação forte, proposta metodológica.

Resumo

Diversas limitações foram apontadas pela comunidade científica à Teoria da Estruturação (ST). Nesse cenário, tornou-se evidente que os pesquisadores contábeis ainda não encontraram um modelo metodológico adequado para a aplicação da ST e, portanto, os resultados de suas pesquisas e o desenvolvimento do corpo teórico se tornaram marginais. Nesse contexto, outras abordagens estruturacionistas despontaram; como a Teoria da Estruturação Forte que propões uma nova ontologia e um modelo metodológico possível de ocupar a lacuna presente na aplicação da ST. Assim, considera-se que há divergências ontológicas entre a SST e a ST e, a mesma tentativa de aproximação metodológica realizada por Stones (2005) na SST pode ser efetuada na ST, dentro de seus pressupostos ontológicos. Nesse enquadramento, este ensaio teórico teve como propósito ir além das críticas à Teoria da Estruturação e, ao fazer isso, desenvolveu uma proposta metodológica para ser adaptada pelos pesquisadores da área contábil na aplicação da ST em estudos empíricos. O desenvolvimento metodológico apresentou um desenho baseado na análise estratégica de Giddens; e, ainda, seguiu a linha de conceituação da contabilidade como um sistema social, permitindo amplitude aos estudos sociais e enfatizando o conceito de dualidade da estrutura, ao tratar estrutura e agência de forma indissociável. Assim, salienta-se que este ensaio teórico não advoga em prol de uma abordagem metodológica única, mas indica uma estrutura ampla e que, por meio das discussões e debates da academia, deve sofrer evoluções e contribuições teóricas na direção do incremento das possibilidades envolvidas na aplicação da ST em contabilidade. Essa proposta contribuiu em especial com a falta de artigos críticos que desenvolvessem ou revisassem as ideias originais de Giddens e, ao apresentar um modelo metodológico para a conceituação do objeto de pesquisa, com a coleta de dados e análise dos resultados. 

Referências

Archer, M. S. (1982). Morphogenesis versus structuration: on combining structure and action. The British Journal of Sociology, 33 (4), 455-483.

Barley, S. R.; & Tolbert, P. S. (1997). Institucionalization and structuration: studying the links between action and institution. Organization Studies, 18 (1), 93-117.

Barrachina, M. P. (2001). Enfoque económico: social de los sistemas contables de géstion: problemática del cambio contable. (Tese de doutorado). Universidade de Valência, Espanha.

Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Bhaskar, R. (1998). The possibility of naturalism: a philosophical critique of the contemporary human sciences. 3. ed. Abingdon: Routledge.

Boland, R. J. Jr. (1993). Accounting and the interpretative act. Accounting, Organizations and Society, 18 (1), 25-46.

Busco, C. (2009). Giddens’s structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13 (2), 49-60.

Capps, T.; Hopper, T.; Mouritsen, J.; Cooper, D.; & Lowe, E. A. (1989). Accounting in the production and reproduction of culture. In: Chua WF, Lowe EA, Puxty AG, editors. Critical perspectives in management control. London: Macmillan.

Carneiro, C. M. Q. (2006). Estrutura e ação: aproximações entre Giddens e Bourdieu. Tempo da Ciência, 13 (26), 39-447.

Coad, A. F.; & Glyptis, L. G. (2014). Structuration: a position-practice perspective and an illustrative study. Critical Perspectives on Accounting, 25 (1), 142-161.

Coad, A. F.; & Herbert, I. P. (2009). Back to the future: new potential for structuration theory in management accounting research? Management Accounting Research, 20 (1), 177-192.

Costa, S. (2004). Quase crítica: insuficiências da sociologia da modernização reflexiva. Tempo social Revista de Sociologia da USP, 16 (2), 1-17.

Englund, H.; & Gerdin, J. (2008). Structuration theory and mediating concepts: pitfalls and implications for management accounting research. Critical Perspectives on Accounting, 19 (11), 22-34.

Englund, H.; & Gerdin, J. (2011). Agency and structure in management accounting research: reflections and extensions of Kilfoyle and Richardson. Critical Perspectives on Accounting, 22 (5), 81-92.

Englund, H.; Gerdin, J.; & Burns, J. (2011). 25 years of Giddens in accounting research: Achievements, limitations and future. Accounting, Organizations and Society, 36 (1), 494-513.

Englund, H.; & Gerdin, J. (2014). Structuration theory in accounting research: applications and applicability. Critical Perspectives on Accounting, 25 (1), 162-180.

Englund, H.; Gerdin, J.; & Burns, J. (2016). A structuration theory perspective on the interplay between strategy and accounting: Unpacking social continuity and transformation. Critical Perspective on Accounting. In press: http://dx.doi.org/10.1016/j. cpa.2017.03.007.

Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. (2. ed.). São Paulo: Martins Fontes.

Jack, L.; & Kholeif, A. (2008). Enterprise resource planning and a contest to limit the role of managment accountants: a strong structuration perspective. Accounting Forum, 32 (1), 30-45.

Jack, L. (2017). Strong structuration theory and management accounting research. Advances in Scientific and Applied Accounting, 10 (2), 211-223.

Jayasinghe, K.; & Thomas, D. (2009). The preservation of indigenous accounting systems in a subaltern community. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 22 (3), 351-378.

Junquilho, G. S. (2003). Condutas gerenciais e suas raízes: uma proposta de análise à luz da teoria da estruturação. Revista de Administração Contemporânea, 7 (1), 101-120.

Macintosh, N. (1994). Management accounting and control systems: an organisational and behavioural approach. West Sussex: Wiley.

Macintosh, N. (1995). The ethics of profit manipulation: a dialetic of control analysis. Critical Perspectives on Accounting, 6 (2), 289-315.

Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15 (1), 455-477.

Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1991). Management accounting and control systems: A structuration theory analysis. Journal of Management Accounting Research, 3 (1), 131-158.

Mclennan, G. (2010). Teoria Crítica ou positiva? Um comentário sobre o estatuto da teoria social de Anthony Giddens. In: Silva, F. R. R. Realismo e redes: dilemas metodológicos na obra de Anthony Giddens. São Paulo: USP.

Mouzelis, N. (1989). Restructuring Structuration Theory. Sociological Review, 37 (4), 613-635.

Ouibrahim, N.; & Scapens, R. (1989). Accounting and financial control in a socialist enterprise: a case study from Algeria. Accounting, Auditing and Accountability Journal, 2 (1), 7-28.

Parker, J. (2000). Structuration. Buckingham: Open University Press.

Peixoto, M. A. (2014). Estrutura e agência em Anthony Giddens: uma análise crítica do estruturacionismo. Revista Sociologia em Rede, 4 (4), 93-106.

Peres Junior, M. R.; & Pereira, J. R. (2014). Teoria da estruturação forte aplicada aos estudos organizacionais. Revista de Ciências da Administração, 16 (40), 45-58.

Roberts, J.; & Scapens, R. W. (1985). Accounting systems and systems of accountability: Understanding accounting practices in their organisational contexts. Accounting, Organizations and Society, 10 (1), 443-456.

Scapens, R.; & Roberts, J. (1993). Accounting and control: a case study of resistance to change. Management Accounting Research, 4 (1), 1-32.

Scapens, R.; & Macintosh, N. B. (1996). Structure and agency in management accounting: a responde to Boland’s interpretive act. Accounting, Organizations and Society, 21 (6), 75-90.

Sewell Jr., W. H. (1992). A theory of structure: duality, agency, and transformation. American Journal of Sociology, 98 (1), 1-29.

Silva, F. R. R. (2010). Realismo e redes: dilemas metodológicos na obra de Anthony Giddens. (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, Brasil.

Stones, R. (1991). Strategic context analysis: a new research strategy for structuration theory. Sociology, 25 (4), 673-695.

Stones, R. (2005). Structuration theory. New York: Palgrave MacMillan.

Thompson, B. J. (1989). The theory of struturation. In: Held, D.; Thompson, B. J. Social theory of modern societies. Cambridge: Cambridge University Press.

Downloads

Publicado

2020-01-02

Edição

Seção

ESPECIAL: Qualitative, Critical and Interpretive Accounting Studies