Um Olhar Além Das Críticas à Teoria Da Estruturação: Uma Proposta Metodológica
DOI:
https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v14i4.27090Palavras-chave:
Contabilidade Gerencial, teoria da estruturação, teoria da estruturação forte, proposta metodológica.Resumo
Diversas limitações foram apontadas pela comunidade científica à Teoria da Estruturação (ST). Nesse cenário, tornou-se evidente que os pesquisadores contábeis ainda não encontraram um modelo metodológico adequado para a aplicação da ST e, portanto, os resultados de suas pesquisas e o desenvolvimento do corpo teórico se tornaram marginais. Nesse contexto, outras abordagens estruturacionistas despontaram; como a Teoria da Estruturação Forte que propões uma nova ontologia e um modelo metodológico possível de ocupar a lacuna presente na aplicação da ST. Assim, considera-se que há divergências ontológicas entre a SST e a ST e, a mesma tentativa de aproximação metodológica realizada por Stones (2005) na SST pode ser efetuada na ST, dentro de seus pressupostos ontológicos. Nesse enquadramento, este ensaio teórico teve como propósito ir além das críticas à Teoria da Estruturação e, ao fazer isso, desenvolveu uma proposta metodológica para ser adaptada pelos pesquisadores da área contábil na aplicação da ST em estudos empíricos. O desenvolvimento metodológico apresentou um desenho baseado na análise estratégica de Giddens; e, ainda, seguiu a linha de conceituação da contabilidade como um sistema social, permitindo amplitude aos estudos sociais e enfatizando o conceito de dualidade da estrutura, ao tratar estrutura e agência de forma indissociável. Assim, salienta-se que este ensaio teórico não advoga em prol de uma abordagem metodológica única, mas indica uma estrutura ampla e que, por meio das discussões e debates da academia, deve sofrer evoluções e contribuições teóricas na direção do incremento das possibilidades envolvidas na aplicação da ST em contabilidade. Essa proposta contribuiu em especial com a falta de artigos críticos que desenvolvessem ou revisassem as ideias originais de Giddens e, ao apresentar um modelo metodológico para a conceituação do objeto de pesquisa, com a coleta de dados e análise dos resultados.Referências
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