A Relevância do Fator Eficiência em Fundos de Investimento: uma Análise Empírica no Mercado Brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v0i0.49550

Palavras-chave:

Eficiência, Fundos de investimento, DEA, Precificação, Gestão de risco.

Resumo

O desenvolvimento e a crescente atuação de investidores nos mercados de capitais aumentam a necessidade de formulação de estratégias adequadas de investimento. Estas devem, portanto, considerar os riscos envolvidos na precificação de ativos e na formulação de carteiras. Este artigo tem como objetivo incorporar o fator de eficiência à precificação de fundos brasileiros, utilizando os modelos CAPM, FF3, FFC e FF5. O fator deriva da eficiência estimada com Data Envelopment Analysis (DEA), com momentos parciais inferiores e superiores como proxies de insumos e produtos. Foram considerados 1.526 fundos, no período de janeiro/2000 a janeiro/2018. Os resultados indicam que o fator de eficiência foi positivo e significativo em todos os modelos estimados e, portanto, contribui para a explicação dos retornos dos fundos. Entretanto, não há evidências de que melhora a capacidade preditiva agregada dos modelos. Os testes indicaram estratégias com maior potencial e viabilidade, pautadas nos seguintes fatores de risco: valor, momento e lucratividade. A gestão do risco na seleção de ativos representa um desafio constante para os agentes do mercado. Estimar os fatores que influenciam o desempenho dos ativos não corresponde a uma tarefa simples. Os resultados mostram que selecionar fundos com base na eficiência agrega valor para os investidores.

Biografia do Autor

Simone Evangelista Fonseca, UFMG e IFMG

Doutoranda em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professora Substituta no Instituto Federal de Minas Gerais Campus Formiga (IFMG) 

Anderson Rocha de Jesus Fernandes, USP

Pós-doutorando na Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Gestor de dados na Universidade de São Paulo (USP)

Carolina Magda da Silva Roma, FURG

Doutora em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professora na Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Robert Aldo Iquiapaza, UFMG

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

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Publicado

2022-12-20

Edição

Seção

Finanças Corporativas e Mercado Financeiro