Efeitos da Taxa SELIC nos Investimentos das Empresas de Capital Aberto

Evidências do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v19i3.64019

Resumo

Este estudo buscou analisar o impacto da taxa de juros nos investimentos realizados pelas empresas brasileiras de capital aberto. A pesquisa fundamenta-se nos pressupostos da Teoria dos Juros, a qual postula que a elevação da taxa de juros faz com que as empresas sejam desestimuladas a realizar investimentos, resultando em uma menor geração de riqueza e, consequentemente, retardação no crescimento econômico do país. Para atingir tal objetivo, foram coletados dados da base de dados da Economática® e, com essas informações, realizaram-se regressões com dados em painel para uma amostra de 325 empresas listadas na Brasil, Bolsa, Balcão [B]3 no período de 2013 a 2022, totalizando 8.500 observações. Os resultados indicaram que a taxa SELIC possui relação positiva com os investimentos realizados pelas empresas no período, depreendendo-se que quanto maior o percentual da taxa de juros, maiores investimentos as organizações realizaram, achado este que vai de encontro ao que expõe a Teoria dos Juros. Ademais, durante a instabilidade econômica as empresas tenderam a reduzir os aportes realizados em ativos permanentes. Em termos teóricos, a pesquisa contribuiu por meio da utilização de uma variável contábil-financeira de investimentos, denominada Compras Líquidas de Ativos Permanentes (CLAP), haja vista que essa proxy ainda não havia sido utilizada em estudos desta temática e se mostra mais adequada em evidenciar os investimentos e desinvestimentos das companhias presentes no mercado de capitais. Dessa forma, as principais implicações da pesquisa são expandir as discussões em uma temática escassa e proporcionar reflexões sobre o comportamento das empresas em cenários econômicos críticos e o impacto desses aspectos para os acionistas.

Biografia do Autor

Raidan Iago dos Santos, Universidade de São Paulo

Mestrando em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Luiz Alberto Frezzatti Negreiros, Universidade de São Paulo

Doutorando em Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo (USP).

Mestre em Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo (USP)

Matheus da Costa Gomes, Universidade de São Paulo

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP). Professor dos Cursos de Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da Universidade Paulista (UNIP).

Marcelo Augusto Ambrozini, Universidade de São Paulo

Doutor em Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Livre-Docente do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (PPGCC/FEA-RP/USP).

Publicado

2025-02-20

Edição

Seção

Artigos