A ontologia da Multidão e a “anomalia selvagem” dos sujeitos migrantes

Autores

Palavras-chave:

Ontologia da Multidão, Migração, sujeito migrante, Império

Resumo

Este artigo tem por objetivo investigar de que forma a ontologia da Multidão na teoria de Michael Hardt e Antonio Negri nos permite pensar os movimentos migratórios como um conjunto de sujeitos migrantes que mantêm suas multiplicidades e heterogeneidades no processo de se constituírem como sujeitos coletivos. Argumenta-se que o lugar central ocupado pela ontologia espinosana no pensamento hardto-negriano é fundamental para refletir sobre a condição migrante como uma “anomalia selvagem” capaz de tensionar a ordem do Império.

Biografia do Autor

Flavia Guerra Cavalcanti, Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ

Área de Interesse para avaliação: integração regional, migrações, teoria de RI, pós-colonialismo. 

Doutorado em Relações Internacionais pelo IRI-PUC, mestre em ciência política pela UFRJ e bacharel em Comunicação Social pela UFRJ. 

 

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Publicado

2021-01-29

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Artigos