O Coro e o Povo na Oresteia, de Ésquilo: o coro de Agamêmnon

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25187/codex.v11i1.55675

Palavras-chave:

Coro, Povo, Oresteia, Ésquilo, Agamêmnon.

Resumo

O coro de Agamêmnon, constituído por anciãos, homens livres que circulam livremente no espaço público e estão às voltas com os acontecimentos políticos de Argos, aproxima-se do modo de viver dos cidadãos atenienses. O coro inclusive profere ferrenhas críticas a Agamêmnon, embora de forma velada. Detentor de um destino coletivo e de uma ligação indireta com os deuses e também agindo como interlocutor do presente democrático ateniense com seu glorioso passado mítico aristocrático, há uma inegável aproximação do coro com o povo. O povo, contudo, não é uma coletividade coesa como o coro, é muito diverso e a relação entre o coro e o povo é indireta e parcial. Dito isso, Agamêmnon é uma das tragédias nas quais o coro mais se aproxima do povo ateniense em suas críticas, seu zelo pela cidade, sua insubordinação contra tiranos, e demais ações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Irigaray, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mestrando no PPG Letras da UFRGS, na linha de Literatura, Sociedade e História da Literatura, sob orientação do professor Rafael Brunhara.

Referências

ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004.

ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1997.

AUERBACH, Erich. Mimesis. Tradução de George Bernard Sperber. São Paulo: Perspectiva, 2015.

BURKE, Peter. Popular Culture in Early Modern Europe. Nova York: Harper Torchbooks, 1978.

CARTLEDGE, Paul (Org). História Ilustrada da Grécia Antiga. São Paulo: Ediouro, 2009.

CHESI, Giulia Maria. The play of words – blood ties and power relations on Aeschylus’ Oresteia. Berlin: DeGruyter, 2014.

ÉSQUILO. Oresteia. Tradução: Manuel de Oliveira Pulquério. Lisboa: Edições 70, 2008.

EURÍPIDES. Electra. Tradução: Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa. Cotia: Ateliê Editorial, 2015.

FOLEY, Helene P. Female acts in Greek tragedy. New Jersey: Princeton University Press, 2001.

HERÓDOTO. História. Tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

HOMERO. Ilíada. Tradução de Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classic, Companhia das Letras, 2018.

HOMERO. Odisseia. Tradução de Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classic, Companhia das Letras, 2011.

IRIGARAY, Tiago. O aidós de Clitemnestra: política e poder no Agamêmnon de Ésquilo. Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, v. 6, n. 2, p. 4-14, 2018.

POMEROY, Sarah B. Goddesses, Whores, Wives and Slaves: Women in Classical Antiquity. Nova York: Schocken Books, 1995.

PULQUÉRIO, Manuel Oliveira. O problema do sacrifício de Ifigénia no “Agamémnon” de Ésquilo. Humanitas, v. 21, 1969.

RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael. Paideia na “lírica” grega arcaica: a poesia elegíaca e mélica. Filosofia e Educação, v. 9, n.1. p. 45-62, 2017.

ROSENFIELD, Kathrin H. Representações da inteligência feminina na Grécia Clássica: Clitemnestra, Jocasta e Antígona. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 17. n.1, p. 187-214, jan./abril, 2014.

SWIFT, Laura. Greek Tragedy – themes and contexts. New York: Bloomsbury, 2016.

TORRANO, Jaa. Agamêmnon. São Paulo: Iluminuras, 2013.

VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 2014.

ZEITLIN, Froma. The Dynamics of Misogyny: Myth and Mythmaking in Aeschylus Oresteia. Arethusa, v. 11, n.1, p. 149-184, 1978.

Downloads

Publicado

2023-07-14

Como Citar

Irigaray, T. (2023). O Coro e o Povo na Oresteia, de Ésquilo: o coro de Agamêmnon. CODEX - Revista De Estudos Clássicos, 11(1), e1112303. https://doi.org/10.25187/codex.v11i1.55675