COMO SE DEVE ESCREVER A HISTÓRIA: CARL MARTIUS NO SÉCULO XIX E OS EDITAIS ATUAIS DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO
Resumo
Neste artigo comparo as prescrições contidas no texto do bávaro Carl Martius, Como se deve escrever a História do Brasil, vencedor do Concurso promovido pelo Instituto Histórico Geográfico do Brasil, em 1844, e aquelas dos Editais 02/2015 e 04/2015 do Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação. Em um primeiro momento, ressalto o fato de que cada documento deva ser compreendido dentro da especificidade temporal a que estava circunscrito. E, posteriormente, concluo que, embora haja mais de 170 anos separando o artigo de Martius e os Editais publicados pelo Ministério da Educação, ambos têm pretensões normativas acerca da escrita que atendem a três dimensões: legal, política e epistêmica.Referências
ALENCASTRO, Luiz F. de. La traite négrière et l´unité nationale brésilienne. Revue française d'histoire d'outre-mer, Paris, v. 66, n. 244/245, p. 395-419, 1979.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Secretaria de Educação Básica. Edital de Convocação 02/2015 - CGPLI. Brasília, 2015.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Secretaria de Educação Básica. Edital de Convocação 04/2015 - CGPLI. Brasília, 2015.
CARVALHO, José Murilo de. A Construção da ordem: a elite política imperial. Brasília: UnB, 1981.
CERVO, Amado L. A conquista e o exercício da soberania (1822-1889). In: BUENO, Clodoaldo; CERVO, Amado L. História da política exterior do Brasil. 2 ed. Brasília: Universidade de Brasília, 2002. p. 16-148.
FRANCO, Aléxia. Uma conta de chegada: a transformação provocada pelo PNLD nos livros didáticos. In: MAGALHÃES, Marcelo; et al. Ensino de História: usos do passado, memória e mídia. Rio de Janeiro: FGV, 2014.
GUIMARÃES, Lucia M. Francisco Adolfo de Varnhagen: História Geral do Brasil. In: MOTA, Lourenço D. (Org.). Introdução ao Brasil. Um banquete no trópico. 2 ed. São Paulo: SENAC, 2002. v. 2. p. 75-96.
GUIMARÃES, Manoel Luiz S. Nação e civilização nos trópicos. Revista Estudos Históricos: caminhos da historiografia, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 5-27, 1988.
GUIMARÃES, Manoel Luiz S. Entre as luzes e o romantismo: as tensões da escrita da história no Brasil oitocentista. In: GUIMARÃES, Manoel Luiz S. (Org). Estudos sobre a escrita da História. 1 ed. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2006. p. 68-85.
GUIMARÃES, Manoel Luiz S. Entre amadorismo e profissionalismo: as tensões da prática histórica no século XIX. Topoi. Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 184-200, 2002.
KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. 9 ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.
MACHADO, Humberto F.; NEVES, Lúcia M. B. P. O Império do Brasil. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1999.
MARTIUS, Carl F. P. von. O Estado de Direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/ São Paulo: Itatiaia/ EDUSP, 1982.
POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.
REIS, José C. Anos 1850: Varnhagen – o elogio da colonização portuguesa. In: REIS, José C. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 4 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. p. 23-50.
SOMMER, Frederico. A vida do botânico Martius: "Pai das Palmeiras". São Paulo: Melhoramentos, 1953.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).