ÁFRICA NEGRA E (ETNO) FILOSOFIA: HISTÓRIA E MODULAÇÃO NO CONHECIMENTO CONTEMPORÂNEO (INTERFACE COM A CULTURA BRASILEIRA)
Resumo
Trata-se de uma reflexão sobre a filosofia na África subsaariana em dois momentos básicos: aquele da etnografia, e este da filosofia contemporânea – as relações de interatividade e rupturas entre ambos. Ao mesmo tempo, buscar-se-ão nexos possíveis face à reflexão nesses termos como ocorrida na cultura brasileira. Tais análises resultaram de duas experiências acadêmicas últimas: 1. A disciplina ofertada por este autor a mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em História Comparada do Instituto de História da UFRJ no 2º semestre de 2018 denominada Pós-Abolição, Intelectuais Negros e Projeto de Brasil. No interior deste curso realizou-se o seminário Crítica da Consciência negra, em 07 e 08 de novembro de 2018; desdobrou-se também em artigo de título homônimo (mas como notas de um estudo) publicado na Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), vol. 10, série 25, de 2018. De vivos debates quando sua realização, o curso dialogou ainda com os trabalhos discentes ou nos relatórios acadêmicos finais. 2. A coordenação por nós exercida (mais os profs. José Costa D’Assunção Barros e Álvaro Pereira do Nascimento) na Coleção A África e os Africanos, da Editora Vozes. Nesta, foram publicados livros indicando a pertinência do que vai aqui ser discutido: No centro da etnia. Etnias, tribalismo e Estado na África, de Jean-Loup Amselle e Elikia M’Bokolo (orgs.); Sair da grande noite. Ensaio sobre a África descolonizada, de Achile Mbembe; África Banta. 3500 a.C. até o presente, de Catherine Cymone Fourshey, Rhonda M. Gonzales e Cristine Saidi; A invenção da África. Gnose, filosofia e a ordem do conhecimento, de V.I. Mudimbe. Em todos os casos uma característica essencial: o protagonismo histórico, historiográfico, mesmo filosófico africano ou de base africana.Referências
APPIAH, Anthony Kwame. Na Casa de Meu Pai.A África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
EBOUSSI-BOULAGA, Fabien. Le Bantou problématique. Paris: Présence Africaine n. 66, 1968.
EBOUSSI-BOULAGA, Fabien. La crise du Muntu: authenticité africaine et philosophie. Paris: Présence Africaine, 1977.
EBOUSSI-BOULAGA, Fabien. La philosophie du Muntu. Paris: Karthala, 2009.
ELUNGU, Alphonse Elungu Pene. Tradição Africana e Racionalidade Moderna. Luanda/Lisboa: Edições Mulemba/Pedago, 2014.
FOURSHEY, Catherine Cymone; GONZALES; Rhonda, SAID, Christine. África Bantu. De 3500 a.C. até o presente. Petrópolis: Vozes, 2019.
HOUNTONDJI, Paulin. Sur la philosophie africaine. Paris: Maspero, 1977.
HOUNTONDJI, Paulin (org.). O Antigo e o Moderno. A produção do saber na África Contemporânea. Lisboa: Pedago, 2013.
KAGAME, Alexis. La philosophie bantu-rwandaise de l’être. Bruxelas: Académie Royale des Sciences Coloniales, 1956.
KAGAME, Alexis. La Philosophie bantu comparée. Archives de sciences sociales des religions, n°43/2, p. 266-267, 1977.
LALÈYÊ, Issiaka-Prosper. 20 questions sur la philosophie africaine. Paris: L’Harmattan, 2003.
LUZ, Marco Aurélio. Agadá. Dinâmica da Civilização Africano-Brasileira. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA/ SECNEB, 1995.
LUZ, Narcimária Correia do Patrocínio. Abebe. A criação de novos valores na educação. Salvador: Secneb, 2000.
MESTRE DIDI (Deoscóredes Maximiliano dos Santos). História de um terreiro nagô. Crônica histórica. São Paulo: Carthago e Forte, 1994.
MESTRE DIDI (Deoscóredes Maximiliano dos Santos); LUZ, Marco Aurélio. O rei nasce aqui. Obá Biyi. A educação pluricultural africano brasileira. Salvador: Fala Nagô, 2007.
MUDIMBE, Valentin-Yves. A Invenção da África. Gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2019.
N’DAW, Alassane. Peut-on parler d’une pensée africaine. Présence Africaine
Nouvelle série, No. 58 (2e TRIMESTRE 1966), p. 32-46, 1966.
REBOUÇAS, André. Agricultura Nacional, Estudos econômicos – Propaganda Abolicionista, setembro de 1874 a setembro de 1883. Recife: Fundaj/Massangana, 1988.
REBOUÇAS, André. Diários e notas autobiográficas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938.
SANTOS, Juana E. dos. Os nagô e a morte. 6ª Ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 4ª Ed. São Paulo: Hucitec, 1998.
SANTOS, Milton. Por uma nova globalização. 18ª Ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009.
SODRÉ, Muniz. Pensar Nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.
TEMPELS, R. P. Placide. Filosofia Bantu. Tradução de Amélia A. Mingas e Zavoni Ntondo. Luanda (Angola): Edições de Angola, Faculdade de Letras da UAN, 2016
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).