MOBILIDADE SOCIAL COMPARADA NA INGLATERRA ANGLO-SAXÃ: OS CASOS DE IMMA E CAEDMON

Autores

Resumo

A mudança de estatuto social não é um fenômeno amplamente registrado na Idade Média. Durante o longo século VIII, na Nortúmbria, dois casos podem iluminar esta discussão. Estes casos também são exemplares no que diz respeito à consciência histórica de sua posição social. Estes casos são: a) Cadmon, um vaqueiro que se tornou santo através de um milagre; b) Imma, um aristocrata que, ao ser derrotado em uma batalha, fingiu ser uma pessoa de baixa extração social para evitar ser morto, mas cujos captores não conseguiam mantê-lo amarrado e acorrentado como outros escravos. O objetivo deste artigo é demonstrar como os casos de mobilidade social são vistos como virtualmente impossíveis, tornando a diferenciação social naturalizada entre a aristocracia.

Biografia do Autor

Renato Rodrigues Da Silva, Universidade Federal de São Paulo

Professor Adjunto temporário de História Medieval da UNIFESP.

Referências

Fontes

BEDE. Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum. trans. and ed. COLGRAVE, Bertram & MYNORS, Roger AAubrey Baskerville (trad. e ed.). Oxford: Oxford University Press, 1969.

BEDE. De arte metrica. In: C. B. Kendall (ed.), Bedae Venerabilis Opera, Pars I. Turnhout: Brepols, 1975. p. 60-141.

BEDE. De schematibus et tropis, in C. B. Kendal, Bedae Venerabilis Opera, Pars I. Turnhout: Brepols, 1975. p. 142-171.

KEYNES, Simon. & LAPIDGE, Michael. Alfred the Great. Londres: Penguin, 1983.

O’DONNELL, Daniel P. Cædmon’s Hymn - A Multimedia Study, Edition and Archive. 2a Edição. Cambridge: D.S. Brewer, 2009.

PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média – Textos e Testemunhas. São Paulo: Editora da Unesp, 2000.

Historiografia

ALBUQUERQUE, Isabela. As relações identitárias entre anglo-saxões e

escandinavos: uma comparação do Reino de Wessex com a região da Danelaw (séculos IX-X). 2017. 209f. Tese (Doutorado em História Comparada) – Programa de Pós-Graduação em História Comparada, Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

ALBUQUERQUE, Isabela. Culturas em contato: anglo-saxões e escandinavos na Inglaterra durante a Era Viking (793-1016). BRATHAIR (ONLINE), v. 17, p. 3-21, 2017.

BAXTER, Stephen. The Earls of Mercia – Lordship and Power in Late Anglo-Saxon England. Oxford: Oxford University Press, 2008.

BERNARDO, João. Poder e Dinheiro - Do Poder Pessoal ao Estado Impessoal no Regime Senhorial, Séculos V - XV. 3 vols. Lisboa: Edições Afrontamento, 1996.

BROWN R. Allen. Origins of English Feudalism. New York: Barnes and Noble Books, 1973.

CAMPBELL, James. Bede. Oxford Dictionary of National Biography, 2008.

Disponível em: https://www.oxforddnb.com/view/10.1093/ref:odnb/9780198614128.001.0001 /odnb-9780198614128-e-1922. Acesso em 25 mai. 2020.

CÂNDIDO DA SILVA, Marcelo. História Medieval. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2019.

DA SILVA, Renato Rodrigues. Propriedade fundiária na Nortúmbria anglo-saxônica: jurisdição, conflito e confluências (século VIII). Tempo. Revista do Departamento de História da UFF, v. 26, p. 164-187, 2020.

DA SILVA, Renato Rodrigues. As relações entre as esferas laicas e eclesiásticas na aristocracia da Nortúmbria no século VIII. História Revista (UFG), v. 24, p. 169-185, 2019.

DUQUE, Fábio de Souza. Os diplomas e a governança nos reinos Anglo-Saxões: Mércia e o Wessex entre os séculos VIII e IX. 2018. 245f. – Dissertação (Mestrado em História), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

FAITH, Rosamond. The English Peasantry and the Growth of Lordship. Leicester: Leicester University Press, 1999.

HADLEY, Dawn H. The Vikings in England: Settlement, Society and Culture. Manchester: Manchester University Press, 2007.

HÄRKE, Heinrich. Early Anglo-Saxon military organisation: an archaeological perspective. In: A.N. Jørgensen and B.L. Clausen (eds.). Military aspects of Scandinavian society in a European perspective, AD 1-1300. Copenhagen: National Museum 1997. 93-101.

HÄRKE, Heinrich. Cemeteries as places of power. In: M. de Jong and F. Theuws with C. van Rhijn (eds.). Topographies of power in the Early Middle Ages. Leiden, Boston and Cologne: Brill 2001. p. 9-30;

HÄRKE, Heinrich. The Anglo-Saxon weapon burial rite: an interdisciplinary analysis. Opus (Moscow) 3, 2004. p. 197-207.

JOHN, Eric. English feudalism and the structure of Anglo-Saxon Society. Bulletin of the John Rylands Library, v. 46, n. 1, p. 14-41, 1963.

LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. v 1., Lisboa: Editorial Estampa, 1995.

LE JAN, Régine. Famille et pouvoir dans le monde franc (viie – xe siècle) : essai d'anthropologie sociale. Paris: Publications de la Sorbonne, 1995.

LE JAN, Régine. Femmes, pouvoir et société dans le haut Moyen Âge. Paris: Éditions Picard 2001.

LOVELUCK, Christopher. Northwest Europe in the Early Middle Ages, c. AD 600–1150 - A Comparative Archaeology. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

MCLEOD, Shane. The Beginning of Scandinavian Settlement in England. The Viking 'Great Army' and Early Settlers, c. 865-900. Turnhout: Brepols, 2014.

OLIVEIRA, Nucia Alexandra Silva de. O estudo da Idade Média em livros didátivos e suas implicações no Ensino de História. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 23, n. 1, jan./jul. 2010. p. 101-125.

RUNCIMAN, Walter Garrison. Accelerating Social Mobility: The Case of Anglo-Saxon England. Past & Present, n. 104, p. 3-30, 1984.

SILVA, Edilene. Livros Didáticos e Ensino de História: A Idade Média nos manuais escolares do Ensino Fundamental. História & Ensino, Londrina, v. 17, n. 1, p. 07-31, jan./jun. 2011.

STENTON, Frank. Anglo-Saxon England. 3ª ed. Oxford: Oxford University Press, 1971.

THORNBURY, Emily. Becoming a poet in Anglo-Saxon England. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.

VOHRA, Pragya. One of Us?: Negotiating Multiple Legal Identities across the Viking Diaspora. Ethnic and Racial Studies, v. 39, n. 2, p. 204-222, 2015.

WICKHAM, Chris. Framing the Early Middle Ages: Europe and the

Mediterranean, 400-800. Oxford: Oxford University Press, 2005.

WRIGHT, Neil. 'The Metrical Art(s) of Bede'. In Katherine O’Brien O’Keeffe and Andy Orchard (eds), Latin Learning and English Lore. Studies in Anglo-Saxon Literature for Michael Lapidge, vol. I. Toronto, ON: Toronto University Press, 2005. p. 150-170.

Downloads

Publicado

2020-07-29

Edição

Seção

Artigos