Marxismo e psicologia comunitária: uma relação presente na psicologia brasileira?
DOI:
https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP-2022v74.20484Resumo
Este trabalho apresenta uma pesquisa que explorou a hipótese de que o Marxismo foi fundamento importante na história da Psicologia Comunitária no Brasil. Após apresentar o percurso histórico da Psicologia Comunitária no Brasil e expor descrições sobre o Marxismo, o trabalho apresenta os resultados de um estudo bibliográfico. Foram analisados 12 trabalhos publicados na década de 1980. A análise destacou: a relação com a teoria marxista; função social e deselitização da Psicologia; concepção histórico-social de indivíduo; e presença da noção freireana de conscientização. A partir da análise o trabalho apresenta considerações críticas sobre a relação entre teoria marxista e Psicologia Comunitária destacando: a presença residual do Marxismo como fundamento teórico, a importância de categorias marxistas para problematizar a relação entre Psicologia e sociedade e os limites dos projetos de transformação social na Psicologia Comunitária.Referências
Andery, A. A. (1984a). Trabalhos em comunidade: seu significado para a produção de novos conhecimentos científicos. Psicologia: Ciência e Profissão, 4(1), 30-34. https://doi.org/10.1590/S1414-98931984000100005
Andery, A. A. (1984b). Psicologia na comunidade. In: S. T. M. Lane, & W. Codo (Orgs.), Psicologia social: o homem em movimento (pp. 203-220). São Paulo: Brasiliense.
Andery, A. A. (1989). Psicologia social e comunitária. Psicologia e Sociedade, 4(7), 125-135.
Baima, L. S. (2019). Psicologia e luta de classes no Brasil: uma análise histórica da inflexão política da psicologia comunitária (Tese de doutorado). Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, São Paulo, SP.
Behring, E. R. (2016). Pesquisa na tradição marxista: método e sua contribuição para as ciências humanas e sociais. In I. F. Oliveira, I. L. Paiva, A. L. F. Costa, K. Amorim, & F. C. Lima (Orgs.), Marx hoje: pesquisa e transformação social (pp. 57-70). São Paulo: Outras Expressões.
Bomfim, E. M. (1989a). Notas sobre a psicologia social e comunitária no Brasil. Psicologia e Sociedade, 4(7), 42-46.
Bomfim, E. M. (1989b). O psicólogo na comunidade. Psicologia e Sociedade, 4(7), 119-124.
Bomfim, E. M., & Machado, M. N. M. (1988). Psicologia comunitária. Psicologia e Sociedade, 3(4), 13-16.
Bomfim, E. M., Freitas, M. F. Q., & Campos, R. H. F. (1992). Fazeres em psicologia social. In Conselho Federal de Psicologia, Psicólogo brasileiro: construção de novos espaços (pp. 125-160). Campinas: Editora Átomo.
Brandão, I. R. (1999). As bases epistemológicas da psicologia comunitária. In I. R. Brandão, & Z. A. Bomfin (Orgs.), Os jardins da psicologia comunitária (pp. 31-48). Fortaleza: Universidade Federal do Ceará.
D’Amorim, M. A. (1980). Psicologia comunitária: considerações teóricas e práticas. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 32(3), 99-105.
Freitas, M. F. Q. (1996). Psicologia na comunidade, psicologia da comunidade e psicologia (social) comunitária. In R. H. F. Campos (Org.), Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia (pp. 44-65). Petrópolis: Vozes.
Gallindo, L. C. (1981). A psicologia comunitária como agente de transformações sociais. (Dissertação de mestrado). Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, RJ.
Góis, C. W. L. (1988). Reflexões sobre psicologia comunitária. Revista de Psicologia: Fortaleza, 6(2), 25-31.
Góis, C. W. L. (1989). Pedra branca: uma contribuição em psicologia comunitária. Psicologia e Sociedade, 5(8), 95-118.
Góis, C. W. L. (2003). Por uma psicologia popular. In: C. W. L. Góis (Org.), Psicologia comunitária no Ceará (pp. 35-70). Fortaleza: Instituto Paulo Freire de Estudos Psicossociais.
Góis, C. W. L. (2005). Psicologia comunitária: atividade e consciência. Fortaleza: Instituto Paulo Freire de Estudos Psicossociais.
Gonçalves, M. A. (2019). Psicologia favelada: ensaios sobre a construção de uma perspectiva popular em psicologia. Rio de Janeiro: Mórula.
Gonçalves, M. A., & Portugal, F. T. (2012). Alguns apontamentos sobre a trajetória da Psicologia social comunitária no Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão, 32(spe.), 138-153. https://doi.org/10.1590/S1414-98932012000500010
Gonçalves, M. A., & Portugal, F. T. (2016). Análise histórica da psicologia social comunitária no Brasil. Psicologia e Sociedade, 28(3), 562-571. https://doi.org/10.1590/1807-03102016v28n3p562
Lacerda Jr., F. (2010). Notas sobre o desenvolvimento da psicologia social comunitária. In F. Lacerda Jr., & R. S. L. Guzzo (Orgs.), Psicologia e sociedade: interfaces no debate sobre a questão social (pp. 19-41). Campinas: Alínea.
Lane, S. T. M. (2002). Histórico e fundamentos da psicologia comunitária no Brasil. In R. H. F. Campos (Org.), Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia (pp. 17-33). Petrópolis: Vozes.
Lastória, L. A. C. N. (1989). A psicologia na comunidade. Psicologia e Sociedade, 75(7), 143-146.
Lessa, S., & Tonet, I. (2004). Introdução à filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular.
Lima, T. C. S., & Mioto, R. C. T. (2007). Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Revista Katálisis, 10(spe), 37-45. https://doi.org/10.1590/S1414-49802007000300004
Marx, K. (2015). Manuscritos econômico-filosóficos (J. P. Netto, & M. A. Pacheco, Trads.). São Paulo: Expressão Popular. (Originalmente publicado em 1844).
Marx, K., & Engels, F. (2007). A ideologia alemã (R. Enderle, N. Schneider, & L. C. Martorano, Trads.). São Paulo: Boitempo. (Originalmente publicado em 1846).
Montero, M. (2004). Introducción a la psicología comunitária: desarrollo, conceptos y procesos. Buenos Aires: Paidós.
Netto, J. P. (2006). O que é marxismo. São Paulo: Brasiliense.
Netto, J. P. (2011). Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular.
Oliveira, I. F., & Paiva, I. L. (2016). A atualidade do marxismo e sua contribuição para o debate sobre formação e atuação do profissional de psicologia. In I. F. Oliveira, I. L. Paiva, A. L. F. Costa, K. Amorim, & F. C. Lima (Orgs.), Marx hoje: pesquisa e transformação social (pp. 223-244). São Paulo: Outras Expressões.
Silva, G. A. M. (2019). A crise da psicologia social brasileira: apontamentos históricos. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 71(3), 48-63. https://doi.org/10.36482/1809-5267.
ARBP2019v71i3p.48-63
Vasconcelos, E. M. (1985). O que é psicologia comunitária? São Paulo: Brasiliense.
Wiesenfeld, E., & Albarracín, D. P. (2016). La meta psicología social comunitaria: propuesta para enfrentar la crisis de la disciplina en América Latina. In V. M. Ximenes (Org.), Psicologia comunitária no mundo atual: desafios, limites e fazeres (pp. 197-211).
Fortaleza: Expressão.
Yamamoto, O. H. (1987). A crise e as alternativas da psicologia. São Paulo: Edicon.
Yamamoto, O. H. (2016). A atualidade do método de Marx. In I. F. Oliveira, I. L. Paiva, A. L. F. Costa, K. Amorim & F. C. Lima (Orgs.), Marx hoje: pesquisa e transformação social (pp. 25-42). São Paulo: Outras Expressões.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos trabalhos publicados pertencem ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A revista adota a licença CreativeCommons "CC BY", que permite o compartilhamento do conteúdo em qualquer suporte ou formato, para qualquer fim, desde que referenciando a publicação original na Arquivos Brasileiros de Psicologia.
Ao submeterem trabalhos, os autores aceitam os termos dos direitos autorais e da licença adotada pela publicação.