Corpos matáveis, corpos deixados para morrer: violência nas relações homossexuais

Autores

  • Camila Maffioleti Cavaler UFSC
  • Daniel Cerdeira de Souza Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Adriano Beiras Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Problematizamos as formas facilitadas de morrer que atingem homossexuais em situação de violência na intimidade. Demos ênfase a regulação da sexualidade, a heteronorma e a homonormatividade para pensar os amparos legislativos à vida desses sujeitos. A partir do conceito de biopolítica de Foucault e necropolítica de Mbembe discutiu-se as diferenças entre deixar morrer e fazer morrer, entendendo que ambos podem resultar da ausência do Estado na proteção da violência entre casais homossexuais. Características como raça/etnia, classe social e performatividade de gênero cruzam-se a orientação sexual e estão diretamente relacionadas a quais corpos são deixamos morrer e quais são mortos simbolicamente pelo Estado. Por fim, a proteção estatal através de Leis punitivas não é suficiente para prevenção desses crimes, é preciso problematizar a colonialidade das verdades de gênero, estabelecendo políticas públicas que considerem as particularidades da violência nos relacionamentos homossexuais.

Biografia do Autor

Daniel Cerdeira de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Adriano Beiras, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor Europeu em Psicologia Social pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), Espanha. Psicoterapeuta Relacional Sistêmico. Terapeuta de Casais e Famílias (Especialização pelo Familiare Instituto Sistêmico, Fpolis). Coordenador do Núcleo de Pesquisas Margens (Modos de Vida, Família e Relações de Gênero) na UFSC. Vice-coordenador do grupo de pesquisa do CNPq NPPJ- Núcleo de Pesquisa em Psicologia Jurídica

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Publicado

2025-02-17

Edição

Seção

Artigos de Reflexão