BEYOND BRAZIL: REMEMBERING GUY BRETT THROUGH HIS OWN EYES / Além do Brasil: lembrando Guy Brett através de seus próprios olhos
DOI:
https://doi.org/10.37235/ae.n41.19Abstract
The British art critic Guy Brett has become a standard reference in Brazil through his writing on and friendship with artists such as Sergio Camargo, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Mira Schendel during the 1960s and later with Cildo Meireles, Antonio Manuel, Lygia Pape, Jac Leirner, Waltercio Caldas and so many others. While these artists have come, to a large extent, to define how contemporary art is understood nationally, Guy’s contribution helped weave their creative outputs within a larger art historical narrative, helping inscribe them, even if still only partially, within the hegemonic and institutional canons. Yet, it would be limiting to consider Guy’s relevance through this single, albeit important, perspective. This article, not so much an essay but a series of annotated quotes, seeks to shed light on Guy’s own intellectual trajectory, focusing on the particular way he came to articulate, through his writing and curation, the art that he was interested in. What actually interested him ranged from the singular subjective experience with the art object to its wider relation with the world. When referring to that which bridged such diverse approaches to art, Guy often invoked the idea of cosmic energies, field forces, sometimes in a literal sense such as in the case of electromagnetic force in the work of the Greek artist Takis, at other times more metaphorically. Such invocations whether referring to ancient cosmologies, millennial knowledges or scientific thought, never attempted to determine or impose his own perspective upon others or imply any sense of superiority of one type of art over another. In Guy’s own understanding, the universal seemed antithetical to the way it is usually prescribed within the history of modernism. Indeed, Guy never had a problem with modernism itself but with the narrow constraints with which it has been considered. His criticism was directed primarily towards how modernism has been historicised and instrumentalised within the institutional structures of art.
Keywords: Guy Brett; Kinetic Art; Signals Gallery; Art Criticism; Decolonising.
Abstract
O crítico de arte britânico Guy Brett se tornou referência única no Brasil por meio de sua escrita e amizade com artistas como Sergio Camargo, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Mira Schendel durante a década de 1960, e mais tarde com Cildo Meireles, Antonio Manuel, Lygia Pape, Jac Leirner, Waltercio Caldas, assim como tantos outros. Embora esses artistas tenham, em grande parte, definido o modo como a arte contemporânea é entendida em âmbito nacional, a contribuição de Guy ajudou a tecer suas produções dentro de uma narrativa histórica da arte mais ampla, colaborando para os inscrever, ainda que parcialmente, nos cânones hegemônicos e institucionais. Seria, no entanto, limitado considerar a relevância de Guy mediante essa única, embora importante, perspectiva. Este artigo, não é tanto um ensaio, mas uma série de citações em busca de lançar luz sobre a trajetória intelectual de Guy, focalizando a maneira particular como ele veio a articular, por meio de sua escrita e práticas curatoriais, a produção de arte pela qual estava interessado. O que realmente o interessou variou desde a experiência subjetiva singular com o objeto de arte até sua relação mais ampla com o mundo. Ao se referir ao seu interesse por assuntos tão diversificados no campo da arte, Guy frequentemente invocava a ideia de energias cósmicas, forças de campo, às vezes em um sentido literal, como no caso da força eletromagnética existente na obra do artista grego Takis, outras vezes de forma mais metafórica. Tais invocações, sejam cosmologias arcaicas, conhecimentos milenares ou pensamentos científicos, nunca tentaram determinar ou impor suas próprias perspectivas sobre os outros ou implicaram qualquer senso de superioridade de um tipo de arte sobre outro. Na própria compreensão de Guy, o universal parecia antitético à maneira como é normalmente prescrito dentro da história do modernismo. Na verdade, Guy nunca teve problema com o modernismo, mas com a forma limitada pela qual tem sido considerado. Sua crítica era dirigida principalmente ao modo como o modernismo tem sido historicizado e instrumentalizado dentro das estruturas institucionais da arte.
Palavras-chave: Guy Brett; arte cinética; Signals Gallery; Magiciens de la Terre; decolonial.
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