VISUALIDADE E POLÍTICA A PARTIR DE FOUCAULT / Visuality and politics from Foucault

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.37235/ae.n40.19

Resumen

O artigo delineia algumas coordenadas, a partir de Foucault, para o estudo da relação entre visualidade e política. Embora Foucault não tenha dedicado nenhum estudo a este respeito, é notável a sua influência em alguns dos autores envolvidos nos chamados estudos em cultura visual. Pressupõe-se, aqui, que as culturas visuais são indissociáveis de uma esfera político-discursiva que torna possível a visualidade. Esta, por sua vez, é encarada como um campo de batalha no qual a verdade é disputada. Sob esse prisma, são pontuadas as seguintes coordenadas: política como agonismo, exterioridade constitutiva, verdade como organização do olhar, arqueologia e genealogia da visualidade.

Palavras-chave: Foucault; Visualidade; Política; Discurso.

Abstract

This paper outlines some coordinates, from Foucault, for the study of the relationship between visuality and politics. Although Foucault has not dedicated any work about this, his influence on some of the authors involved in so-called studies in visual culture is remarkable. Here, it is assumed that visual cultures are inseparable from a political-discursive sphere that makes visuality possible. Visuality, in turn, is defined as a battlefield in which the truth is disputed. Under this bias, the following coordinates are highlighted: politics as agonism, constitutive exteriority, truth as the organization of the gaze, archeology and genealogy of visuality.

Keywords: Foucault; Visuality; Politics; Discourse.

Biografía del autor/a

Marcos Namba Beccari, Universidade Federal do Paraná

Professor do Departamento de Design e do Programa de Pós-Graduação em Design da UFPR. Doutor em Educação pela USP.

Citas

CERTEAU, Michel de. História e Psicanálise: entre ciência e ficção. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

COMETA, Michele; VACCARO, Salvo (orgs.). Lo sguardo di Foucault. Roma: Meltemi, 2007.

CRARY, Jonathan. Suspenções da percepção: atenção, espetáculo e cultura moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2005.

FOSTER, Hal (org.). Vision and Visuality. Seattle: Bay Press, 1988.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: Aula inaugural no Collège de France pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Loyola, 1996.

____. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

____. Ditos e Escritos V: Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

____. “O sujeito e o poder” / “Sobre a genealogia da ética: uma revisão do trabalho”. In: DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: Uma trajetória filosófica para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009, p. 231-279.

____. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2009.

____. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.

____. Microfísica do poder. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018,

JAY, Martin. “In the Empire of the Gaze: Foucault and the denigration of Vision in Twentieth-century French Thought”. In: HOY, David C. (org.). Foucault: a critical reader. Oxford/Cambridge: Blackwell, 1996, p. 175-204.

MACHADO, Roberto. Deleuze, a arte e a filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política de morte. São Paulo: n-1, 2018.

MIRZOEFF, Nicholas. The Right to Look: A Counterhistory of Visuality. Durham: Duke University Press, 2011.

MOUFFE, Chantal. Quais espaços públicos para práticas de arte crítica? Arte & Ensaios: revista do PPGAV-EBA-UFRJ, n. 27, p. 180-199, dez. 2013.

PRECIADO, Paul B. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo: n-1, 2017.

RORTY, Richard. A filosofia e o espelho da natureza. Trad. Antônio Trânsito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

SHAPIRO, Gary. Archaeologies of Vision: Foucault and Nietzsche on Seeing and Saying. Chicago: The University of Chicago Press, 2003.

Publicado

2020-12-02