ARTE E NOMADOLOGIA / Art and nomadology

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.37235/ae.n40.20

Resumen

Trata-se, neste artigo, de apresentar algumas considerações sobre as Teses de nomadologia, abordadas por Deleuze e Guattari em Mil Platôs (Deleuze, Guattari, 1995), bem como os possíveis vínculos dessas Teses com as artes. Pensar a nomadologia implica em levar em consideração o problema do capitalismo e de seu desenvolvimento e ainda em retirar o pensamento do modelo estatal, fazer dele um ato revolucionário, um devir-revolucionário. A relação que propomos dessas Teses com as artes é no sentido de pensar a arte como resistência e fabulação criadora. Na arte, a criação faz apelo a uma forma futura e a um povo que ainda não existe, invocando, pois, uma nova terra e, por efeito, um povo porvir. Essa é a função fabuladora da arte.

Palavras-chave: Nomadologia; Arte; Criação; Fabulação; Máquina de guerra.

Abstract

This article intents to presenting some considerations about the Theses of nomadology, introduced by Deleuze and Guattari in A thousand plateaus (Deleuze, Guattari, 1995), as well as the possible links of these Theses with the arts. Thinking about nomadology implies taking into account the problem of capitalism and its development and also removing thinking from the state model, making it a revolutionary act, a becoming-revolutionary. The relation that we propose, of these Theses, with the arts is in the sense of thinking as art as resistance and creative fabulation. In art, creation appeals to a future form and to a people that do not yet exist, thus invoking a new land and, in effect, a people to come. This is the fabulation function of art.

Keywords: Nomadology; Art; Creation; Fabulation; War machine.

 

 

Biografía del autor/a

Veronica Miranda Damasceno, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Veronica Miranda Damasceno é Professora Associada da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pós-Doutora em Filosofia pela UNICAMP em convênio com o Departamento de Filosofia da Universidade de Paris Ouest-Nanterre La Défense (2010-2016). Doutora, Mestre e Bacharel em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996-2008). Coordena o Seminário Internacional Permanente O que podemos com arte? na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que tem como objetivo reunir Pesquisadores, Professores de Arte, Filosofia e Artistas, para pensar a intercessão Arte-Filosofia. Suas pesquisas envolvem o pensamento de Deleuze sobre a imagem, a individuação, a sensação e as sensibilidades estéticas. Publicou vários artigos, capítulos de livros e está preparando um livro sobre Dramatização e multiplicidade em Gilles Deleuze como resultado de sua Tese de Doutorado. Atualmente é Professora Convidada e realiza uma Pesquisa de Pós-Doutorado no Departamento de Filosofia da Université Paris-1 Panthéon-Sorbonne.

Citas

DELEUZE, Gilles. Cinema 2: a imagem-tempo. Tradução de Eloisa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2005.

______. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: ed.34, 1992.

______. Crítica e clínica. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed.34, 1997.

______. Foucault. Paris. Les Éditions de Minuit, 2004.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia II. Coordenação da tradução Ana Lúcia de Oliveira. Ed. 34, Rio de Janeiro, 1995.

______. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia II, vol. 5. Tradução de Peter Pál Pelbart e Janice Caiafa. São Paulo. 34 Letras, 1997.

______. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia II. Vol. 3. Tradução de Aurélio Guerra Neto et alii. Rio de Janeiro: Ed. 34 Letras, 1996.

______. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. Tradução de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: 34 Letras, 2011.

____________. O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Munõz. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Dialogues. Paris: Flammarion, 1996.

FOUCAULT. Michel. Em defesa da sociedade. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LAPOUJADE, David. Deleuze, les mouvements aberrants. Paris: Les Éditions de Minuit, 2014.

LAZZARATO, Maurizio. Políticas del acontecimiento. Traducción de Pablo Esteban Rodríguez. Buenos Aires: Tinta Limón, 2006.

______. Signos, máquinas, subjetividades. Tradução de Paulo Domenech Oneto. São Paulo: n-1 Edições, 2014.

NEGRI, Antonio. O poder constituinte. Tradução de Adriano Pilatti. Rio de Janeiro. DPeA, 2002.

NEGRI, Antonio; HARDT, Michael. Império. Tradução de Berilo Vargas. Rio de Janeiro: Record, 2001.

PELBART, Peter Pál. A vertigem por um fio: políticas da subjetividade contemporânea. São Paulo: Iluminuras, 2000.

______. O avesso do niilismo. Nihilism inside out. Tradução de John Laudenberger. São Paulo: n-1 Edições, 2013.

ROCHA, Glauber. Revolução do cinema novo. Rio: Alhambra-Embrafilme, 1981.

SAUVAGNARGUES, Anne. Deleuze et l’art. Paris: PUF, 2006.

Publicado

2020-12-02