Chamada pública para ARTIGOS |A escola de artes como ateliê
Submissões até 21 de fevereiro de 2025
A escola de artes como ateliê
Na efeméride dos 40 anos de fundação do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais, um questionamento se coloca: a universidade pode ser pensada como um ateliê, como um espaço em si de experimentação e criação poética para o artista-pesquisador? E de que modo ela afeta e é afetada por esse artista-pesquisador? Levando esses questionamentos para espaço mais amplo, como podemos pensar o lugar do artista no ensino das artes e como essa prática afeta seu trabalho?
Exemplos históricos, no campo internacional, como Bauhaus, Black Mountain College ou os cursos de Joseph Beuys na Kunstakademie Düsseldorf refletem o lugar do artista no ensino das artes e a maneira como essa prática afetou seu trabalho e expandiu a própria ideia de escola e nomeação sobre o fazer artístico. No Brasil, a participação de artistas visuais junto à iniciativa transformadora da dra. Nise da Silveira de instalar a seção de Terapia Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro; as aulas de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; assim como o estabelecimento da Escolinha de Arte do Brasil e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage são casos icônicos para o debate do ensino de artes, em suas múltiplas vertentes, como espaço de experimentação conjugando práticas inovadoras na relação entre mestres e aprendizes, estudantes e docentes ou quaisquer outras formas de aprendizado nesse campo.
Essa chamada visa conclamar artigos que debatam o lugar do artista nas escolas de arte. Seja na condição de docente, pesquisador ou discente, como a produção desse artista é provocada a partir de sua vivência no espaço de ensino e de que forma ela é reverberada? A chamada pretende instigar produções que reflitam sobre a prática das artes no ambiente de ensino – não só universitário – como estudo e ações de cunho crítico, experimental e de amplo contato com a sociedade. Refletir o espaço de ensino das artes como um ateliê é pensar a escola de artes, na falta de nomeação mais precisa, como um laboratório, um espaço poroso de experimentação e difusão de conhecimento no campo das artes.