Corpo-Arquivo. O devir-quilomba como expressão da memória
DOI:
https://doi.org/10.60001/ae.n49.17Palabras clave:
Quilombo, Memória, Ancestralidade, Território, ArquivoResumen
Neste artigo, apresento algumas marcas de uma pesquisa que vem sendo realizada desde 2015 em uma Comunidade de Remanescentes de Quilombo no interior do estado de São Paulo. Busco, com essas marcas, desenvolver o conceito de corpo-arquivo como enunciação da história do negro no Brasil sob a figura de uma escrita que está pautada pelo devir. Para isso, utilizo conceitos de autoras como Beatriz Nascimento, Leda Maria Martins e Conceição Evaristo, atrelando à experiência de produção do curta-metragem Artes(an)Ato, produzido em 2022 com apoio do Programa de Ação Cultural do estado de São Paulo (PROAC). A relação com as imagens produzidas no filme – as quais atravessam essa escrita – e a experiência antropológica junto às mulheres quilombolas vão tecendo as três partes que compõem este texto na medida em que evocam a enunciação de uma escrita que seja gestada por uma corporeidade arquivista, dando espaço para a construção do conceito de corpo-arquivo a partir das noções epistemológicas de corpo-tela e corpo-vivo.Descargas
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