O Folhelho Lontras (Permiano, Bacia do Paraná) e seus Fósseis: Descoberta, Identificação e Conhecimento Atual

Authors

  • Lucas Del Mouro Universidade Federal do Rio de Janeiro, CCMN, IGEO, Programa de Pós-Graduação em Geologia, Av. Athos da Silveira Ramos, 274, 21941-916, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Antonio Carlos Sequeira Fernandes Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Quinta da Boa Vista s/n, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Marcelo de Araujo Carvalho Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, Quinta da Boa Vista s/n, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Luiz Carlos Weinschutz Universidade do Contestado, Cenpáleo, Bloco “E” da UNC, Av. Pres. Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, 89300-000, Mafra, SC, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2018_2_636_646

Keywords:

Shaler Memorial Fund, Folhelho Lontras, Permiano

Abstract

Criado em 1907 por alunos e admiradores do geólogo Nathaniel Southgate Shaler, da Universidade de Harvard, o Shaler Memorial Fund possibilitou, em sua primeira contribuição de fomento à pesquisa, a organização de uma expedição ao Sul e Sudeste do Brasil, para confirmação de suas ideias sobre a existência de camadas glaciais anteriores ao Pleistoceno. Sob a chefia do geólogo norteamericano Jay Backus Woodworthy e participação do geólogo brasileiro Euzébio de Oliveira, a expedição não somente comprovou a presença de evidências glaciais, como também permitiu a descoberta de camadas marinhas intercaladas, fossilíferas, posteriormente denominadas como Folhelho Lontras, Grupo Itararé. Os fósseis, estudados inicialmente pelo paleontólogo norte-americano Rudolf Ruedemann e por Euzébio de Oliveira, tiveram seus estudos intensificados a partir da década de 1980, com a identificação de novos afloramentos e acompanhando as novas análises sobre a evolução geológica da sucessão sedimentar carbonífera e permiana da Bacia do Paraná. Disputas de ordem econômica e discussões sobre a preservação dos sítios de ocorrência do Folhelho Lontras, além da descoberta do novo afloramento designado como CAMPÁLEO, reativaram o interesse sobre a unidade e seu conteúdo paleontológico, intensificando seus estudos. Pouco conhecido pela comunidade acadêmica brasileira, o contexto histórico do Folhelho Lontras é relatado no presente artigo, ressaltando a importância do Shaler Memorial Fund como responsável pelas descobertas geológicas e paleontológicas que se seguiram, por mais de um século.

Published

2019-09-09

Issue

Section

Article