Sistema Petrolífero Irati-Rio Bonito e Biodegradação do Óleo no Município de Araranguá, Bacia do Paraná, Estado de Santa Catarina, Brasil

Authors

  • Fernanda Botelho de Assis Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Programa de Pós-Graduação em Geociências: Rua São Francisco Xavier 524, 20550-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Marcus Vinicius Berao Ade Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Programa de Pós-Graduação em Geociências: Rua São Francisco Xavier 524, 20550-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Rene Rodrigues Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Programa de Pós-Graduação em Geociências: Rua São Francisco Xavier 524, 20550-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Hernani Aquino Fernandes Chaves Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Programa de Pós-Graduação em Geociências: Rua São Francisco Xavier 524, 20550-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_2_392_404

Keywords:

Sistema Petrolífero, Biomarcadores, Biodegradação

Abstract

Desde os anos 50 a Bacia do Paraná vem sendo alvo de campanhas exploratórias para hidrocarbonetos. Há décadas tem se realizado estudos, em algumas ocorrências de hidrocarbonetos, na tentativa de correlacionar a existência de óleos em arenitos da Formação Rio Bonito, às possíveis rochas geradoras das formações Ponta Grossa e Irati. Para as companhias de petróleo, o reconhecimento do sistema petrolífero, bem como o grau de biodegradação do óleo, afetam tanto na fase de exploração, seleção de possíveis “play” e prospecto, quanto de produção, devido ao impacto econômico no projeto de óleos degradados. A motivação no estudo de identificação da origem e grau de degradação de óleo, foi devido a ocorrência uma coluna de 26m de hidrocarboneto no poço MML-38. Através da presença ou ausência de um conjunto de biomarcadores identificados em cromatogramas e fragmentogramas torna-se possível a interpretação e identificação de sua origem bem como seus graus de biodegradação e Sistema Petrolífero. No óleo extraído do arenito da Formação Rio Bonito, presente no poço em estudo, foram feitas análises de cromatografia líquida e gasosa sendo que o conjunto de resultados; a razão pristano/fitano menor que 1, presença de gamacerano, razão gamacerano/C-30 Hopano maiores que 1/3 e razão C-27 Ts/Tm alta, sugere que o óleo teve origem na Formação Irati, confirmando o Sistema Petrolífero Irati-Rio Bonito(!). O moderado grau de biodegradação, nível 4 a 5, foi obtido a partir da razão de abundância entre os epímeros S e R do C29 esterano.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Almeida, F.F.M. 1980. Tectônica da Bacia do Paraná no Brasil.

Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São

Paulo (IPT), São Paulo, (Rel. 14.091).

Alves, R.G. & Ade, M.V.B. 1996. Sequence stratigraphy and

organic petrography applied to the study of Candiota

Coalfield, RS, South Brazil. International Journal of

Coal Geology, 30: 231–248.

Araújo, L.M.; Trigüis, J.A.; Cerqueira, J.R. & Freitas, L.C.S.

The atypical Permian Petroleum System of the

Paraná Basin, Brazil. American Association of Petroleum Geologist, Tulsa, Okla, Memoir 73, p. 377-402.

Araújo, C.C.; Yamamoto, J.K.; Rostirolla, S.P.; Madrucci, V. &

Tankard, A. 2005. Tar sandstones in the Paraná Basin of Brazil: strutural and magmatic controls of hydrocarbon charge. Marine and Petroleum Geology,

(5):671-685.

Cioccari, G.M. & Mizusaki, A.M.P. 2019. Sistemas petrolíferos

atípicos nas bacias paleozoicas brasileiras – Uma revisão. UNESP Geociências, 38(2): 367-390.

Corrêa, L.M.S.A. & Pereira, E. 2005. Estudo da distribuição das

intrusões mesozóicas e sua relação com os sistemas

petrolíferos da Bacia do Paraná. In: SIMPÓSIO DE

VULCANISMO E AMBIENTES ASSOCIADOS, 3,

Cabo Frio, 2005. Anais, 1: 21-26.

Cordani, U.G.; Brito Neves, B.B.; Fuck, R.A.; Porto, R.; Thomaz Filho, A. & Cunha, F.M.B. 1984. Estudo preliminar de integração do pré-cambriano com os eventostectônicos das bacias sedimentares brasileiras. Ciência. Técnica. Petróleo. Seção: exploração de petróleo,

Rio de Janeiro, 15: 1-70.

Della Fávera, J.C.; Chaves, H.A.F.; Pereira, E; Medeiros,

M.A.M. & Filho Câmara, L.M. 1992. Geologia da

área de Candiota. Bacia do Paraná, Rio Grande do

Sul. Relatório Curso de Projetos de Análise de Bacias, 89p.

Della Fávera, J.C.; Chaves, H.A.F., Pereira, E; Medeiros,

M.A.M. & Filho Câmara, L.M. 1994. Evolução geológica da sequência permiana da região de Candiota

– RS – Brasil. Publicações Acta Geologia Leopoldensia, 39(1): 235-246.

Freitas, R.C.; Rostirolla, S.P. & Ferreira, F.F.J. 2006. Geoprocessamento multitemático e análise estrutural no Sistema Petrolífero Irati - Rio Bonito, Bacia do Paraná.

Boletim de Geociências da Petrobras, 14(1): 71-93.

Fúlfaro, V.J.; Saad, A.R.; Santor, M.V. & Vianna, R.B. 1982.

Compartimentação e evolução tectônica da Bacia do

Paraná. Revista Brasileira de Geociências, 12(4):

-611.

Gordon Jr., M. 1947. Classificação das formações gondwânicas

do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Departamento Nacional de Produção Mineral, Divisão

de Geologia e Mineralogia, Notas Preliminares e Estudos, 38: 1-20.

Head, I.; Jones, D.M. & Larter, S.R. 2003. Biological activity

in the deep subsurface and the origin of heavy oil. Nature, 426: 344-352.

Holz, M. 1998. The eo-permian coal seams of the Paraná basin

in southernmost Brazil: Na analysis of the depositional conditions using sequence stratigraphy concepts.

International Journal of Coal Geology, 36: 141-163.

Holz, M. 1999. Early Permian sequence stratigraphy and the

palaeophysiographic evolution of the Parana Basin

in southernmost Brazil. Journal of African Earth Science, 29: 51-61.

Holz, M. 2003. Sequence stratigraphy of a lagoonal estuarine

system - an example from the lower Permian Rio Bonito Formation, Paraná Basin, Brazil. Sedimentary

Geology, 162: 305-331.

Holz, M.; França, A.B.; Souza, P.A., Iannuzzi, R. & Rohn, R.

A stratigraphic chart of the late carboniferous/

permian sucession of the eastern border of the Paraná

basin, Brazil, South America. Journal of South American Earth Sciences, 29: 381-399.

Hunt, J.M. 1996. Petroleum Geochemistry and Geology. New

York, W.H. Freeman and Company, 743p.

Lavina, E.L.C. & Lopes, R.C. 1987. A transgressão marinha

do Permiano Inferior e a evolução paleogeográfica do

Supergrupo Tubarão no Estado do Rio Grande do Sul.

Paula-Coutiana, 1: 51-103.

Mackensie, A.S.; Brassel, S.C.; Eglinton, G. & Mawell, J.R.

Chemical fóssil: The geological fate of steroids.

Nature, 217: 491-504.

Loutfi, I.S.; Pereira, E.; Rodrigues, R. & Cardozo, C.L. 2010.

Controle tectonoestratigráfico dos processos de geração, migração e trapeamento do Sistema Petrolífero

Irati-Rio Bonito, na região carbonífera de Santa Catarina. Boletim de Geociências Petrobras, 18(2): 271-

Magoon, L.B. & Dow, W.G. 1994. The Petroleum System. In:

Magoon, L.B. & Dow, W.G. (eds) The pretroleum system – from source to trap. p.3-24 (AAPG Menoir 60).

Martins, L.P. 2019. Estratigrafia química e potencial gerador

da Formação. Pimenteiras, Bacia do Parnaíba. Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Tese

de Doutorado em Geologia,169p

Mello, M.R.; Koutsoukos, E.A.M; Santos Neto, E.V. & Telles

Jr, A.C.S. 1993. Geochemical and micropaleontological characterization of lacustrine and marine hypersaline environments from Brazilian sedimentary basins.

In: Source rocks in sequence stratigraphic framework.

Tulsa: p.17-34. (AAPG Studies in Geology, n. 37).

Milani, E.J. 1992. Intraplate tectonics and the evolution of the

Paraná Basin, Brazil. In: De Wit, M.J. & Ransome,

I.D. (eds.). Inversion tectonics of the Cape Fold Belt,

Karoo and Cretaceous basins of Southern África.

Balkema, 101-108.

Milani, E.J. 1997. Evolução Tectono-Estratigráfica da Bacia

do Paraná e seu relacionamento com c Geodinâmica

Fanerozóica do Gondwana Sul-Ocidental. Programa

de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Tese

de Doutoramento, 255p.

Milani, E.J. 2004. Considerações sobre a estratigrafia do Fanerozóico no Brasil. II REUNIÃO BRASILEIRA DE

ESTRATIGRAFIA – SBG, Porto Alegre.

Milani, E.J.; Faccini, U.F.; Scherer, C.M.; Araújo, L.M. &

Cupertino, J.A. 1998. Sequences and Stratigraphic

Hierarchy of the Paraná Basin (Ordovician to Cretaceous), Southern Brazil. Boletim IG USP, Série Científica, 29: 125-173.

Milani, E.J.; Melo, J.H.G.; Souza, P.A.; Fernandes, L.A. &

França, A.B. 2007. Bacia do Paraná. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2): 265-287.

Milani, E.J. & Ramos, V.A. 1998. Orogenias paleozóicas no

domínio sul-continental do Gondwana e os ciclos de

subsidência da Bacia do Paraná. Revista Brasileira de Geociências, 28(4): 473-484.

Nunes, N.M.M.; Ade, M.V.B.; Rodrigues, R.; Assis, F.B.; Nascimento, F. & Leite, R.T.N. 2017. Oil Biodegradation

in Siliciclastic Reservoir: an Example from Paleogene,

Oliva Block, North of Santos Basin, Brazil. Anuário

do Instituto de Geociências, UFRJ, 40(3): 222-231.

Oliveira, E.B. 2009. Geração não convencional de hidrocarbonetos na região carbonífera de Santa Catarina.

Programa de Pos-graduação em Análise de Bacias e

Faixas Móveis, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado, 141p.

Peters, K.E. & Moldowan, J.M. 1993. The Biomarkers Guide:

Interperting Molecular Fossils in Petroleum and Ancient Sediments. New Jersey, Prentice Hall, 363p.

Ribas, L.; Neto, J.M.R.; França, A.B. & Alegre, H.K.P. 2017.

The behavior of Irati oil shale before and after the

pyrolysis process. Journal of Petroleum and Engineering, 152:156-164.

Rodrigues, R. 1995. A geoquímica orgânica na bacia do Parnaíba. Programa de Pós-Graduação em Geociências,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Tese de

Doutorado, 251p.

Schneider, R.L.; Muhlmann, H.; Tommasi, E.; Medeiros, R.A;

Daemon, R.F. & Nogueira, A.A. 1974. Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná. Congresso Brasileiro De

Geologia, 28, Porto Alegre. Anais, 1: 41-65.

Silva, C.G.A. 2007. Caracterização Geoquímica Orgânica das

Rochas Geradoras de Petróleo das Formações Irati e

Ponta Grossa da Bacia do Paraná. Programa de pós-

-graduação em química, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, Dissertação de Mestrado, 238p.

Sofer, Z. 1984. Stable carbono isotope composition of crue oil:

Application to source depositional environments and

petroleum alteration. American Association of Petroleum Geologists Bulletin, 68(1): 31-49.

Sofer, Z.; Regan, D.R. & Muller, D.S. 1993. Sterane isomerization ratios of oils as maturity indicators and their use

as an exploration tool, Neuquen basin, Argentina. In:

XII CONGRESO GEOLÓGICO ARGENTINO Y II

CONGRESO DE EXPLORACIÓN DE HIDROCARBUROS, Actas I, pp. 407–411.

Thomas Filho, A. & Medeiros, R.A. 1972. Projeto Rio Bonito,

Fase II, Relatório 413, PETROBRAS/DESUL.

Triguis, J.A. 1986. An Organic Geochemical Investigation of

Heat-Effected Sediments in the Paraná Basin, University of New Castle, England, Tese de Doutorado,

p.

Waples, D.W. & Machiara, T. 1991. Biomarkers for gelologists

– A practical guide to the application os steranes and

triterpanes in petroleum geology. American Association of Petroleum Geologists Bulletin, Methods in Exploration, 9:1-91.

White, N.; Thompson, M. & Barwise, T. 2003. Understanding

the structural and thermal evolution of deep-water

continental margins. Nature, 426: 334-343.

Zálan, P.V.; Wolff, S.; Astolfi, M.A.M.; Vieira, I.S.; Conceição,

J.C.J.; Appi, V.T.; Santos Neto, E.V.; Cerqueira, J.R.

& Marques, A. 1991. The Parana Basin, Brazil. In: Interior Cratonic Basin. American Association of Petroleum Geologists, Special Volume, 33: 681-708.

Zálan, P.V.; Wolff, S.; Conceição, J.C.; Marques, A.; Astolfi,

M.A. Vieira, M.I.S.; Appi, C.J. & Zanotto, O.A. 1990.

Bacia do Paraná. In: RAJA GABAGLIA, G.P.; MILANI, E.J. (cord), Origem e evolução de bacias sedimentares, Rio de Janeiro, Petrobrás, 2ª Ed., p. 135-168.

Published

2020-08-21

How to Cite

Assis, F. B. de (2020) “Sistema Petrolífero Irati-Rio Bonito e Biodegradação do Óleo no Município de Araranguá, Bacia do Paraná, Estado de Santa Catarina, Brasil”, Anuário do Instituto de Geociências. Rio de Janeiro, BR, 43(2), p. 392_404. doi: 10.11137/2020_2_392_404.

Issue

Section

Article