Caracterização de Barragens de Rejeito Usando Geofísica Rasa: Aplicação na Barragem B1 de Cajati, São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.11137/2019_1_567_579Palavras-chave:
Barragem, Rejeito, GeofísicaResumo
Barragens de rejeito são estruturas muito usadas em Mineração. Estas estruturas são monitoradas diariamente por instrumentos como: piezômetros, marcos topográficos e medidores de nível d’água. No Brasil, a utilização de geofísica para avaliação e monitoramento de barragens de mineração não é uma prática usual. A Barragem B1, que faz parte do Complexo Mineroquímico de Cajati (Mosaic Fertilizantes), no estado de São Paulo, foi escolhida para avaliação do uso de eletrorresistividade. O presente trabalho visa discutir os resultados geofísicos desta barragem, assim como, analisar a aplicabilidade do método geofísico como forma de avaliar as condições internas do maciço da estrutura. A Barragem trata-se de um maciço zoneado com septo argiloso impermeável, tendo a jusante um material permeável constituído por rejeitos de calcário. Inicialmente, foram levantados 8 perfis de caminhamento elétrico. Com uma análise desses perfis, observou-se uma zona de baixa resistividade – ZBR nas duas primeiras seções, correspondendo com a cota do aterro argiloso. Estas cotas estão coerentes com o nível de água normalmente observado nos Indicadores de Nível D’água localizados junto à crista da barragem. Foram observadas em algumas seções ZBRs, tanto junto à ombreira direita bem como junto à ombreira esquerda. A fim de aprofundar a investigação a cerca destas ZBRs, uma nova campanha foi feita cobrindo a ombreira esquerda. Através de análises mais profundas dos projetos de engenharia, foi obtida a informação de que foram mantidos os canais de descarga de extravasores antigos, sendo preenchidas por um tapete drenante, passando a servir de drenos. As ZBRs, observadas nas seções, coincidem com estas estruturas, possivelmente condicionadas pela percolação de água. Observa-se que os dados obtidos com a aplicação de Eletrorresistividade estão coerentes com a estrutura do maciço, estando em harmonia com as medições dos instrumentos que monitoram a barragem. A geofísica, como demonstrado, complementa a instrumentação da barragem, dá uma visão ampla sobre a distribuição de umidade no maciço e mostra o seu comportamento em trechos que não são cobertos pela instrumentação usual.Downloads
Publicado
2019-12-01
Edição
Seção
Artigos
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