Reativação Tectônica Quaternária no Domínio Sul da Província Borborema, NE do Brasil: Integração de Dados Morfométricos, Geológicos e Geofísicos da Bacia do Rio Una

Autores

  • Osvaldo José Correia Filho Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-graduação Geociências - PPGEOC/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil
  • José Antonio Barbosa Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, Departamento de Geologia - DGEO/CTG/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil
  • Bruno Tavares Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Arqueologia, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil
  • Hewerton Alves da Silva Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-graduação Geociências - PPGEOC/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil
  • Kleython de Araujo Monteiro Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente, Avenida Lourival Melo Mota s/n, Tabuleiro do Martins, 57072-900, Maceió, Brasil
  • Carlos Eduardo Guedes Fabin Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-graduação Geociências - PPGEOC/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil
  • Jefferson Tavares Cruz Oliveira Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Tecnologia e Geociências, Departamento de Geologia - DGEO/CTG/UFPE, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil
  • Felipe Ribeiro Santana Escola Estadual Manoel Salustino (E.E.M.S), Mina Brejuí, n. 55, 59380-000, Currais Novos, Brasil
  • Sidney Marinho da Silva Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Ciências Geográficas, Rua Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, 50740-530, Recife, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2019_4_219_237

Palavras-chave:

Neotectônica, Índice morfométrico, Província Borborema

Resumo

Integração de dados em diferentes escalas foi realizada com o objetivo de identificar possíveis efeitos de reativações tectônicas cenozoicas (pós-rifte), relacionadas ao embasamento adjacente à Bacia Pernambuco, sobre o qual está localizada a bacia hidrográfica do Rio Una. O estudo foi baseado na integração de parâmetros morfométricos do canal do Rio Una, modelados a partir de imagens de radar, dados de geologia de superfície e dados de sísmica de reflexão multicanal 2D adquiridos no canal do rio, próximo às cidades de Barreiros e Palmares. A análise morfométrica se baseou no cálculo da relação declividade vs. extensão (RDE) ao longo do perfil longitudinal do Rio Una. Dados geológicos foram coletados em afloramentos no embasamento próximo aos municípios de Barreiros e Palmares. Também foram investigados os depósitos da Formação Barreiras na região costeira, próximo ao município de São José da Coroa Grande. A análise do perfil longitudinal mostrou que o Rio Una está implantado sobre três superfícies criadas por eventos sucessivos de soerguimento e erosão, as quais controlaram a compartimentação de sua bacia hidrográfica. O estudo do índice RDE mostrou a ocorrência de anomalias de primeira ordem, no médio curso, e de segunda ordem, no médio e baixo curso do rio. As anomalias de primeira e segunda ordem estão localizadas sobre as principais zonas de cisalhamento pré-cambrianas que cortam o embasamento com orientação NE-SW. As anomalias também estão relacionadas a falhas e fraturas mais jovens com direção NW-SE. A interpretação dos dados sísmicos mostrou um arranjo de falhas e fraturas de alto ângulo no embasamento que afetaram depósitos sedimentares de idade quaternária e holocênica. Também foram observadas falhas em depósitos da Formação Barreiras (Mioceno) depositados sobre o embasamento próximo a borda da Bacia Pernambuco. A geometria dos planos de falha é indicativa de estruturas do tipo flor, relacionadas a um regime de reativação transcorrente que está atuando sobre a margem continental, com compressão máxima E-W e extensão N-S. Este regime afetou a morfologia do canal do Rio Una, bem como os depósitos sedimentares associados à sua bacia de drenagem.

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Publicado

2020-01-02

Edição

Seção

Artigos