Domínios Estruturais Relacionados à Tectônica do Sal na Região Sul da Bacia do Espírito Santo

Autores

  • Igor Nascimento Universidade Federal do Rio de Janeiro, CCMN, IGEO, Departamento de Geologia, Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed). Av. Athos da Silveira Ramos, 274, bloco J1, s/J1-011. 21.941-916, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ- Brasil.
  • João Paulo Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro, CCMN, IGEO, Departamento de Geologia, Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed). Av. Athos da Silveira Ramos, 274, bloco J1, s/J1-011. 21.941-916, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ- Brasil.
  • Jorge de Jesus Picanço de Figueiredo Universidade Federal do Rio de Janeiro, CCMN, IGEO, Departamento de Geologia, Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed). Av. Athos da Silveira Ramos, 274, bloco J1, s/J1-011. 21.941-916, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ- Brasil.
  • Leonardo Borghi Universidade Federal do Rio de Janeiro, CCMN, IGEO, Departamento de Geologia, Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed). Av. Athos da Silveira Ramos, 274, bloco J1, s/J1-011. 21.941-916, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ- Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.11137/2019_4_359_374

Palavras-chave:

tectônica do sal, estruturas salinas, domínios estruturais, bacia do Espírito Santo

Resumo

A porção offshore da seção drifte da bacia do Espírito Santo é conhecida pela sua complexidade estratigráfica e estrutural relacionada, à tectônica salífera pós-breakup. A movimentação do sal deformou o registro sedimentar da fase drifte na Província de Domos de Sal, região sul da bacia, área de estudo desse trabalho. Nesta pesquisa foram delimitados domínios estruturais relacionados à tectônica do sal de acordo com os padrões e o caráter das estruturas presentes na área de estudo. As análises foram executadas utilizando dados sísmicos de 39 seções sísmicas 2D e dados geofísicos e geológicos de poços perfurados pela indústria de óleo e gás. Os estilos estratigráficos-estruturais identificados foram: falhas lístricas nucleadas a partir das zonas de descolamento, rafts carbonáticos de idade albiana, estruturas tipo casco de tartaruga, domos, diápiros, línguas e lençóis de sal. A partir da interpretação das estruturas relacionadas à tectônica do sal, foi possível delimitar quatro domínios estruturais. O primeiro domínio, presente na região proximal, é marcado pela ausência ou pequena espessura de sal, estruturado com falhas lístricas e a zona de descolamento bem definida; o segundo domínio, na porção intermediária, apresenta a associação de pequenos domos salinos com a seção sedimentar albiana estrururada tipo casco de tartaruga; o terceiro domínio exibe diápiros e muralhas de sal bem desenvolvidos; enquanto que, o quarto domínio, localizado na porção mais distal da área de estudo, apresenta os diápiros com uma sútil vergência para leste e línguas de sal. Com a interpretação sísmica do topo do sal, foi gerado um mapa de contorno estrutural em tempo sísmico (TWT) que auxiliou a delimitação desses quatro domínios estruturais, bem como a observação do alinhamento das estruturas salinas, com direção NNW-SSE. A partir da análise das estruturas presentes nos três primeiros domínios, sugere-se que estejam sob um regime tectônico distensivo, enquanto que no quarto domínio infere-se que sejam resultantes de condições locais compressivas. O desenvolvimento dos regimes tectônicos locais relacionados à tectônica salina, que evoluem de distensivo para compressivo no sentido W-E, downdip, é explicado pelo deslocamento do sal para leste causado pelo declive geomorfológico do talude na bacia do Espírito Santo e pela sobrecarga das progradações posteriores, ocorridas na plataforma a partir do Paleógeno.

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Publicado

2020-01-02

Edição

Seção

Artigos