Caracterização Petrográfica dos Calcários Ornamentais da Formação Caatinga (BA)

Autores

  • Rafael Martins de Oliveira Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geologia, Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed), Av. Athos da Silveira Ramos 274, 21941-916, Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Amanda Goulart Rodrigues Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Geociências, Departamento de Mineralogia e Petrologia, Av. Bento Gonçalves 9500, 91501-970, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, RS, Brasil
  • Patrick Führ Dal’ Bó Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geologia, Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed), Av. Athos da Silveira Ramos 274, 21941-916, Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_2_139_149

Palavras-chave:

Bacia de Irecê, Quaternário, Calcretes

Resumo

Os calcários da Formação Caatinga (Paleógeno-Quaternário, Bacia de Irecê), conhecidos popularmente como Bege Bahia ou Travertino Nacional, estão amplamente distribuídos pelo centro-norte do estado da Bahia e consistem em importantes rochas ornamentais no Brasil. Apesar da relevância comercial, esses carbonatos carecem de estudos geológicos detalhados sobre suas características macro e microscópicas de modo a contribuir com o entendimento dos aspectos evolutivos dessa unidade. A partir do estudo detalhado de placas ornamentais adquiridas em diferentes marmorarias do estado do Rio de Janeiro, pôde-se identificar que estes carbonatos consistem em calcretes desenvolvidos em um substrato original majoritariamente carbonático, com pouca influência de aporte siliciclástico e com diferentes feições macro e microscópicas resultantes de processos bióticos e abióticos formados em condições vadosas e freáticas. As principais texturas e estruturas identificadas são: (1) nódulos; (2) vênulas; e (3) brechas. Além disso, observa-se uma contribuição siliciclástica (areia média a grânulo) organizada em níveis horizontais, que por vezes preenchem vênulas oblíquas, além de ocorrerem dispersos na matriz micrítica. Os nódulos, vênulas e brechas se formaram a partir de processos essencialmente abióticos enquanto que a presença de grãos siliciclásticos com envelopes micríticos sugerem que processos bióticos foram atuantes. A ocorrência de bioclastos de ostracodes e carófitas indicam um paleoambiente com disponibilidade de água, porém as fraturas de dessecação, brechas e os argilominerais fibrosos autigênicos sugerem momentos de exposição associados a períodos mais secos. As feições macro e microscópicas descritas indicam que os calcretes da Formação Caatinga possuem uma evolução complexa e dinâmica formada sob condições de sazonalidade entre períodos secos e úmidos.

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Publicado

2020-08-21

Edição

Seção

Artigos