Registro das Oscilações Climáticas do Holoceno Tardio no Estuário do Rio Piraquê-Açu (ES - Brasil)

Autores

  • Lazaro Laut Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Laboratório de Micropaleontologia, Av. Pasteur 458, IBIO sala 500, Urca, 22290-240, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Iara Clemente Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Rua São Francisco Xavier 524, Maracanã, 20550-013, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Egberto Pereira Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Rua São Francisco Xavier 524, Maracanã, 20550-013, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Kleverson Alencastre do Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Oceanografia e Ecologia, Laboratório de Oceanografia Geológica, Av. Fernando Ferrari 514 Goiabeiras, 29090-000, Vitória, ES, Brasil
  • Sérgio Cadena de Vasconcelos Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Geografia e Meio Ambiente, Rua Marquês de São Vicente,Ala Frings, Sala F411, Gávea, 22451-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Pierre Belart Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Ecologia, Av. Athos da Silveira Ramos 274, Bloco F, Ilha do Fundão, Cidade Universitária, 21949-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Alex Cardoso Bastos Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Oceanografia e Ecologia, Laboratório de Oceanografia Geológica, Av. Fernando Ferrari 514 Goiabeiras, 29090-000, Vitória, ES, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_2_298_315

Palavras-chave:

Foraminíferos, Isótopos estáveis, Paleoambientes costeiros

Resumo

Os foraminíferos têm sido usados como importante ferramenta para identificação de mudanças climáticas ao longo de todo o Cenozoico, pois apresentam alto grau de preservação e respondem rapidamente às oscilações ambientais. O presente trabalho teve como objetivo identificar mudanças climáticas e variações da influência do mar, durante o Holoceno tardio, no estuário do rio Piraquê-Açu (ES, Brasil). O estudo baseou-se na caracterização das associações de foraminíferos bentônicos e nos resultados de δ13C e δ18O nas testas de Ammonia tepida realizadas nos testemunhos PA05 (2411 AP) e PA20 (1632 AP). Nos testemunhos foram identificadas 16 espécies de foraminíferos bentônicos, sendo algumas típicas de ambientes de plataforma continental (e.g. Lagena spp., Spiroloculina eximia, Oolina spp., Pyrulina gutta, Cibicidoides variabilis) e quatro espécies comuns aos ambientes estuarinos do Brasil (Ammonia parkinsoniana, A. tepida, Cribroelphidium excavatum e Bolivina striatula). Os resultados obtidos permitem identificar ao longo da sequência sedimentar quatro períodos mais frios: final da Idade do Ferro (≈ 1000 a.C.), Greek Dark Ages (≈450 a.C. - 100 a.C.), Dark Ages (≈250 d.C. - 550 d.C.) e a Pequena Idade do Gelo (≈1200 d.C. e 1850 d.C.). Nestes períodos o estuário apresentou um aumento do confinamento que pode ser visto pela redução nos valores dos índices ecológicos e na presença somente de espécies de foraminíferos tipicamente estuarinos. Quatro períodos de aquecimento ficaram registrados na sequência sedimentar: Período de Aquecimento Grego (≈900 a.C. - 450 a.C.), Período de Aquecimento Romano (≈ 50 d.C. - 250 d.C), Período de Aquecimento Medieval (≈550 d.C - 1200 d.C.), e o quarto evento representa o aquecimento que iniciou a partir do início do século XIX. Durante os eventos de aquecimento os índices ecológicos apresentam maiores valores e as espécies de hábito marinho foram mais constantes no registro sedimentar.

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Publicado

2020-08-21

Edição

Seção

Artigos