Zoneamento Hidrogeoquímico dos Sistemas Aquíferos do Estado de São Paulo como Ferramenta de Gestão das Águas Subterrâneas

Autores

  • Carolina Stager Quaggio Universidade Estadual Paulista, Centro de Estudos Ambientais
  • Didier Gastmans Universidade Estadual Paulista, Centro de Estudos Ambientais
  • Marina Lunardi Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Departamento de Geologia
  • Lucas Vituri Santarosa Universidade Estadual Paulista, Centro de Estudos Ambientais
  • Sebastian Balbin Betancur Universidade Estadual Paulista, Centro de Estudos Ambientais
  • Hendryk Gemeiner Universidade Estadual Paulista, Centro de Estudos Ambientais, Avenida

DOI:

https://doi.org/10.11137/2020_4_176_188

Palavras-chave:

Águas Subterrâneas, Hidrogeoquímica, Gestão de Recursos Hídricos

Resumo

No estado de São Paulo, cinco sistemas aquíferos (Bauru, Serra Geral, Guarani, Tubarão e Pré-Cambriano) são responsáveis pelo abastecimento da população. Apesar do amplo conhecimento a respeito dessas unidades, pouco foi feito no sentido de se avaliar como a evolução hidroquímica das águas desses aquíferos poderia ser utilizada como indicador dos tempos de residência, fornecendo informações para a gestão do recurso. Dessa forma, é proposto um zoneamento geoquímico unificado das águas subterrâneas do
Estado de São Paulo, baseado na evolução hidroquímica e inferindo-se seus tempos de residência, que podem ser associados a tempos de renovação dos aquíferos e sustentabilidade do uso do recurso em face da crescente explotação. Nesse estudo foram reanalisados resultados provenientes do programa de monitoramento de qualidade das águas subterrâneas do estado de São Paulo, realizado em 2015 pela CETESB. São propostas três zonas geoquímicas no estado de São Paulo, que correspondem à definição de parâmetros hidroquímicos e de tempos de residência. A Zona I representa aquíferos livres, de baixo tempo de residência, em sistema aberto perante
o CO2, com idades médias das águas subterrâneas entre 1.000-5.000 anos. A Zona II representa aquíferos semiconfinados, de médio tempo de residência, em transição entre um sistema aberto e fechado, com idades entre 5.000-70.000 anos. A Zona III representa aquíferos confinados, de alto tempo de residência, em sistema fechado, com idades entre 15.000-834.000 anos. As águas subterrâneas que apresentam baixo tempo de residência são as menos vulneráveis à superexplotação, uma vez que sua renovação é mais rápida em
comparação às águas das outras duas zonas; no entanto, são mais expostas a contaminação. Já águas classificadas com alto tempo de residência podem apresentar melhor qualidade e menor risco de contaminação, porém sua renovação será muito lenta e o uso extensivo pode acarretar o esgotamento do recurso.

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Publicado

2020-12-18

Edição

Seção

Artigos