A cidade do Rio de Janeiro e as chuvas de março/93: (des) organização urbana e inundações

Autores

  • Marcus Felipe Emerick S Cambra UFRJ; PPGGeografia
  • Ana Luiza Coelho Netto UFRJ; Depto. de Geografia; GEOHECO

DOI:

https://doi.org/10.11137/1997_0_55-74

Resumo

Os maciços montanhosos da cidade do Rio de Janeiro funcionam como centros dispersores de águas pluviais, as quais, naturalmente, convergem para os fundos de vales. Nas últimas décadas, a expansão urbana tem avançado rapidamente em direção às áreas mais elevadas da cidade, ainda florestadas, principalmente na vertente norte do Maciço da Tijuca, onde se espraiam numerosas favelas. Mudanças no comportamento hidrológico nas encostas e fundos de vales geraram uma maior produção de escoamento superficial. Em decorrência, uma maior concentração de fluxos de sedimentos e lixos dentro dos eixos de vales drenados, naturalmente ou artificialmente (canais e tubulações pluviais), propagando inundações nas respectivas ruas dos bairros de maior densidade populacional. Um estudo detalhado nas bacias dos rios Joana, Maracanã e Comprido mostra que os fluxos de lama e lixos concentram-se nas zonas de ruptura de declive, e as enchentes nos eixos de vales. Estes eventos são agravados pelas chuvas acumuladas devido a insuficiência do sistema de drenagem pluvial urbano.

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Publicado

1997-01-01

Edição

Seção

não definida