Diversidade estrutural de bosques de mangue e sua relação com distúrbios de origem antrópica: o caso da Baía de Guanabara (Rio de Janeiro)

Autores

  • Mário Luiz Gomes Soares Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Oceanografia; Núcleo de Estudos em Manguezais
  • Filipe de Oliveira Chaves Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Fábio Moreira Corrêa Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico
  • Carlos Milton Gonçalves da Silva Júnior Universidade de São Paulo; Instituto Oceanográfico

DOI:

https://doi.org/10.11137/2003_0_101-116

Resumo

As características estruturais e funcionais das florestas de mangue são determinadas pela interação de características ambientais, que atuam em escalas global, regional e local. Todavia, em áreas submetidas a forte influência de atividades humanas, a ação de distúrbios deve ser fortemente considerada. Dessa forma, as características estruturais dos manguezais da Baía de Guanabara foram estudadas durante três anos (2000-2002) As florestas estudadas apresentaram uma alta diversidade estrutural, refletindo a ação de tensores, que determinam diferentes graus de degradação e estágios de regeneração (diferentes fases da sucessão secundária) das parcelas de estudo. A densidade de troncos variou de zero (clareiras) a 52.800 troncos.ha-1. O diâmetro à altura do peito (médio) variou de 1,33 cm a 7,83 cm e a altura média das árvores variou de 1,80 m a 7,27 m. Foram identificados vários padrões estruturais e da dinâmica das comunidades vegetais estudadas,conforme segue: (a) "j" reverso, (b) distribuição "normal", (c) mortalidade massiva, (d) sobreposição de "eventos", (e) recolonização/clareiras, (f) falha na recolonização, (g) clareiras e, (h) invasão por Acrostichum aureum. A alta diversidade estrutural observada nas florestas estudadas, identificada através de parâmetros fitossociológicos e composição de espécies, a qual caracteriza um mosaico estrutural, deve-se a sobreposição das seguintes características: (1) natureza variável dos distúrbios, (2) características dos distúrbios (crônico ou agudo), (3) variabilidade espacial na ação dos distúrbios, (4) variabilidade temporal na ação dos distúrbios, (5) variação na freqüência de ocorrência dos distúrbios, (6) capacidade do sistema em recuperar-se após um distúrbio.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

Artigos