Tapetes microbianos lisos estratificados do Brejo do Espinho, RJ, Brasil

Autores

  • Loreine Hermida da Silva e Silva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Botânica
  • Deise de Oliveira Delfino Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Botânica
  • Fabiane Feder Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Botânica
  • Frederico Alves dos Santos Lopes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Botânica
  • Thiago Bertoche Guimarães Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Botânica

DOI:

https://doi.org/10.11137/2007_1_181-187

Resumo

Os brejos são ecossistemas que ocupam principalmente as zonas baixas, que separam os terraços arenosos internos dos externos, e os vales dos rios e riachos. Estes ambientes são áreas permanentemente inundadas ou sujeitas às inundações sazonais, podendo permanecer secos em períodos de estiagem prolongada. A pequena profundidade e reduzida lâmina d'água nestas áreas potencializam o papel do sedimento no funcionamento do ecossistema. O Brejo do Espinho (22º56'S e 42º14' O) é um corpo aquático costeiro situado a 108 km da cidade do Rio de Janeiro, onde se observa o desenvolvimento de espessos tapetes microbianos de 2-4 cm de espessura. Visando a caracterização dos tapetes microbianos deste brejo, foram realizadas coletas mensais em cinco estações localizadas em suas margens. Amostras de tapetes microbianos foram retiradas com o auxílio de espátula, acondicionadas em frascos plásticos e posteriormente fixadas com formol a 4%. Para a identificação das cianobactérias foram confeccionadas lâminas a fresco e permanentes. Os tapetes microbianos lisos estratificados, presentes nas regiões de inframaré e entremarés, são compostos por finas laminações de coloração verde, vermelho e marrom, respectivamente, e apresentam composição cianobacteriana distinta. Estas estruturas se constituem em lâminas coesas, pouco litificadas e estratificadas, onde a análise revelou 27 espécies de cianobactérias. Nestes tapetes a família Chroococcaceae Nägeli 1849 foi a mais representativa qualitativamente com 37% da freqüência, seguida das famílias Phormidiaceae Anagnostidis & Komárek 1988 com 18,5%, Synechococcaceae Komárek & Anagnostidis 1995 com 11,1%, Pseudanabaenaceae Anagnostidis & Komárek 1988 com 11,1%, Entophysalidaceae Geitler 1925 com 7,4%, Schizothricaceae Elenkin 1934 com 7,4% e Oscillatoriaceae Gomont 1892 com 7,4%. O domínio das cianobactérias no Brejo do Espinho reflete a plasticidade destes organismos a se adaptarem as condições hostis do ambiente.

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Publicado

2007-01-01

Edição

Seção

Artigos