Hábitos de vida dos Gastropoda e Bellerophontida da formação Maecuru, Devoniano Médio, Bacia do Amazonas, Brasil

Autores

  • Luiza Corral Martins de Oliveira Ponciano Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Deusana Maria da Costa Machado Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Ana Carolina Gelmini de Faria Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Ana Carolina Maciel Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Juliana Matos Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Mariana Novaes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais

DOI:

https://doi.org/10.11137/2007_1_197-203

Resumo

A Formação Maecuru está inserida na seqüência sedimentar devoniana-carbonífera da Bacia do Amazonas e é caracterizada por camadas de arenitos e pelitos flúvio-deltaicos a neríticos. Seus sedimentos fossilíferos (parte superior do Membro Lontra) são compostos por arenitos finos a grossos com estratificação cruzada hummocky. Com o objetivo de complementar a reconstituição paleoecológica da Formação Maecuru, os possíveis hábitos de vida destes espécimes foram inferidos através de uma análise morfofuncional e comparação com espécies viventes. Os principais caracteres morfológicos utilizados foram: (1) área da seção transversal frontal, (2) altura e posição relativa do ponto de pressão e centro de gravidade da concha, (3) morfologia da abertura, (4) tipo de simetria e (5) ornamentação da concha (Linsley, 1978). As espécies de gastrópodes Platyceras (Orthonychia) steinmanni; Platyceras (Tumbophalus) hartti; Platyceras (Platyostoma) darwini; Platyceras (Platyostoma) (?) agassizi; Platyceras (Orthonychia) meerwarthi; Platyceras (Orthonychia) gracilis; Platyceras (Tumbophalus) coutoanus; "Platyceras" tschernischewi; "Platyceras" subconicum; "Platyceras" (Ortonychia) hussaki; "Platyceras" (Ortonychia) whitii; "Platyceras" (Ortonychia) whitii var. curua e "Platyceras" symmetricum var. maecuruensis apresentariam hábito epibentônico móvel e coprófago/suspensívoro, podendo se fixar no cálice dos crinóides diretamente sobre o orifício anal ou próximo a este. O hábito coprófago não seria obrigatório, pois somente os organismos mais próximos da abertura anal dos crinóides se beneficiariam plenamente desse tipo de alimentação. Os gastrópodes que ficavam numa posição menos favorável seriam então suspensívoros. Os belerofontídeos Plectonotus (Plectonotus) derbyi, Plectonotus (?) (Plectonotus) salteri e Bucanella reissi teriam um hábito epibentônico móvel de velocidade intermediária a alta, apresentando preferencialmente um comportamento de predador ativo. Bucania freitasi, Ptomatis forbesi e Bellerophon steltzneri seriam epibentônicos móveis de velocidade intermediária, preferencialmente pastadores de algas e animais sésseis. Esta relativa alta diversidade de gastrópodes e belerofontídeos corrobora com o ambiente marinho raso inferido para a referida formação através dos outros macroinvertebrados, pois a maioria das faunas paleozóicas de gastrópodes são típicas de mares rasos.

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Publicado

2007-01-01

Edição

Seção

Artigos