Biodisponibilidade de metilmercúrio, zinco e cobre em distintas frações granulométricas de solo contaminado utilizando oligoquetas da espécie Eisenia andrei

Autores

  • Ricardo Gonçalves Cesar Universidade Federal do Rio de Janeiro; CCMN; Instituto de Geociências
  • Silvia Gonçalves Egler MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicada à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Helena Polivanov Universidade Federal do Rio de Janeiro; CCMN; Instituto de Geociências
  • Zuleica Carmen Castilhos MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicada à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Ana Paula de Castro Rodrigues MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicada à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Patricia Correa Araujo MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicada à Indústria Mínero-Metalúrgica

DOI:

https://doi.org/10.11137/2008_2_33-41

Resumo

A contaminação ambiental por metais pesados tem despertado a atenção da comunidade científica devido aos severos danos provocados ao meio ambiente e à saúde humana. As zonas rurais de Descoberto, sul de Minas Gerais, foram submetidas à extração de ouro, utilizando técnicas rudimentares de beneficiamento mineral. Em dezembro de 2002, moradores locais constataram a presença de mercúrio metálico sobre a superfície dos solos, e em 2005 o perímetro crítico de contaminação, de apenas 8.000 m², foi delimitado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais (FEAM). O presente trabalho propõe a avaliação da biodisponibilidade de mercúrio, zinco e cobre em distintas frações granulométricas de uma amostra de solo coletada na área crítica de contaminação identificada pela FEAM. Para tanto, foi realizada análise granulométrica a seco do solo utilizando-se peneiras de nylon de 200 # (75 µm), 100 # (150 µm), 80 # (180 µm), 42 # (350 µm) e 10 # (1700 µm). A caracterização mineralógica foi executada por difratometria de Raios-X. Os testes de toxicidade aguda com oligoquetas seguiram as recomendações de ASTM (2004). A determinação dos metais no solo e nos oligoquetas foi efetuada por Absorção Atômica. A quantificação de metilmercúrio (MeHg) foi realizada por Cromatografia a Gás. A análise granulométrica indicou que o material possui textura extremamente arenosa. A análise química total de mercúrio (Hg), zinco (Zn) e cobre (Cu) revelaram elevadas concentrações no solo estudado, confirmando estudo previamente executado pela FEAM. Foi constatada a existência de uma afinidade entre o tamanho de partícula e o teor de metais, associada ao aumento da superfície específica de contato. Os testes de toxicidade revelaram que os oligoquetas somente absorveram Hg e Cu, e que a transposição de Zn envolveu absorção e bioacumulação para as frações granulométricas mais finas. A análise química de metais nas oligoquetas revelou que os intervalos granulométricos mais finos demonstraram maior potencial de biodisponibilidade de metais para os oligoquetas. A quantificação de MeHg denotou concentrações correspondentes a cerca de 21 a 33% do Hg total. Por fim, espera-se que os resultados possam servir como subsídio à tomada de decisão em programas de controle ambiental e de geologia médica junto à FEAM

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Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

não definida