Avaliação do potencial tóxico de latossolos e chernossolos acrescidos de lodo de esgoto utilizando bioensaios com oligoquetas da espécie Eisenia andrei

Autores

  • Ricardo Gonçalves Cesar Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Geociências; Depto. de Geologia; Setor de Geologia de Engenharia e Ambiental
  • Silvia Gonçalves Egler MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicado à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Renata de Carvalho Jimenez Alamino Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Geociências; Depto. de Geologia; Setor de Geologia de Engenharia e Ambiental
  • Helena Polivanov Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Geociências; Depto. de Geologia; Setor de Geologia de Engenharia e Ambiental
  • Raphael Corrêa da Silva MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicado à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Zuleica Carmen Castilhos MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicado à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Patricia Correa Araujo MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicado à Indústria Mínero-Metalúrgica

DOI:

https://doi.org/10.11137/2008_2_53-60

Resumo

O lodo de esgoto (LE) tem sido largamente utilizado na agricultura visando o melhoramento das características físicas e químicas dos solos. No entanto, este composto comumente contém elevados teores de metais tóxicos e microorganismos patogênicos, capazes de causar sérios danos à biota e à saúde humana. O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial tóxico de latossolos e chernossolos acrescidos de LE, utilizando oligoquetas da espécie Eisenia andrei. Para tanto, os testes de toxicidade aguda e de comportamento foram realizados de acordo com os procedimentos propostos por ASTM (2004) e ISO (2002), respectivamente. A determinação de metais pesados foi efetuada por Absorção Atômica, e a caracterização mineralógica por difratometria de Raios-X. A perda de biomassa dos oligoquetas foi avaliada considerando o peso médio individual dos organismos. A determinação de mercúrio, chumbo, zinco e cobre no LE in natura e nos solos acrescidos de LE revelaram valores acima daqueles recomendados pela Cesteb (2001). A caracterização mineralógica apontou gibbsita, goethita e caulinita para o latossolo, e caulinita, ilita e argilas expansivas (interestratificado ilita-esmectita e vermiculita) para o chernossolo. A adição de LE aos solos não causou mortalidade aos organismos testados, enquanto o LE in natura provocou efeitos letais a 100% dos oligoquetas. O latossolo in natura demonstrou maior grau de mortalidade dos organismos em comparação ao chernossolo in natura.O teste de comportamento revelou que 98,3 % e 96,43% dos organismos evitaram o LE in natura e o latossolo com LE, respectivamente. Entretanto, somente 31% dos organismos testados evitaram o chernossolo acrescido de LE, sugerindo menor "limitação para função de habitat" em comparação ao latossolo. Possivelmente as propriedades naturais dos solos estudados (fertilidade, matéria orgânica, mineralogia das argilas, entre outras) desempenharam papel fundamental no comportamento de fuga dos organismos. Os resultados ainda revelaram que a adição de LE diminuiu a perda de peso dos organismos, e as perdas de biomassa foram maiores para o latossolo do que para o chernossolo. Por fim, espera-se que estes resultados possam ser empregados em análises de risco ecológico e à saúde humana, bem como no re-condicionamento sustentável de solos agricultáveis, subsidiando a tomada de decisão em medidas de controle ambiental e em programas de saúde pública

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Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

não definida