Bioacumulação de mercúrio em quatro espécies de peixes tropicais oriundos de ecossistemas estuarinos do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Autores

  • Ana Paula de Castro Rodrigues Universidade Federal Fluminense; Instituto de Química; Departamento de Geoquímica Ambiental
  • Rodrigo Guerra Carvalheira Universidade Federal Fluminense; Instituto de Química; Departamento de Geoquímica Ambiental
  • Ricardo Gonçalves Cesar MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicada à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Edison Dausacker Bidone Universidade Federal Fluminense; Instituto de Química; Departamento de Geoquímica Ambiental
  • Zuleica Carmen Castilhos MCT; Centro de Tecnologia Mineral; Serviço de Desenvolvimento Sustentável; Laboratório de Ecotoxicologia Aplicada à Indústria Mínero-Metalúrgica
  • Nádia Regina Pereira Almosny Universidade Federal Fluminense; Centro de Ciências Médicas; Departamento de Patologia Clínica Veterinária

DOI:

https://doi.org/10.11137/2010_1_54-62

Resumo

A bioacumulação de mercúrio foi investigada em quatro espécies de peixes (Genidens genidens, Aspistor luniscutis, Haemulon steindachneri e Micropogonias furnieri) oriundos da Baía da Ribeira e Baía de Guanabara (Estado do Rio de Janeiro). Para tanto, foram coletadas 198 e 83 amostras de músculos de peixes da Baía da Ribeira e Baía de Guanabara, respectivamente. O teor de mercúrio nessas amostras foi determinado por absorção atômica, acoplada a um acessório de pirólise. Aspectos biométricos (biomassa e comprimento) dos espécimes coletados foram aferidos para confecção de curvas de bioacumulação. Os teores médios de mercúrio em G. genidens revelaram que, comparativamente à Baía da Ribeira, a espécie apresentou níveis maiores de mercúrio na Baía de Guanabara. Na Baía da Ribeira, dentre as espécies estudadas, as maiores concentrações de mercúrio foram encontradas para a espécie H. steindachneri, que apresentou teor médio mais próximo ao limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (500 ng/g) para consumo humano. Embora o lançamento de Hg na Baía da Ribeira não seja expressivo, o mercúrio parece estar mais disponível para os peixes comparativamente à Baía de Guanabara, onde os sedimentos atuam como o compartimento ambiental receptor. Qualquer alteração das condições físico-químicas na Baía de Guanabara pode fazer com que o Hg estocado nos sedimentos superficiais seja biodisponibilizado. De modo análogo, caso haja um input maior de Hg na Baía da Ribeira, este seria rapidamente assimilado pela biota. As curvas de bioacumulação obtidas neste trabalho podem auxiliar no prognóstico da concentração de mercúrio em músculo dessas espécies de peixes ao longo do tempo somente com os dados biométricos.

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Publicado

2010-06-01

Edição

Seção

não definida