Tafocenoses da Formação Pimenteira, devoniano da Bacia do Parnaíba, Piauí: mapeamento, inventário e relevância patrimonial

Autores

  • Luiza Corral Martins de Oliveira Ponciano Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Aline Rocha de Souza Ferreira de Castro Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais
  • Vera Maria Medina da Fonseca Universidade Federal do Rio de Janeiro; Museu Nacional; Departamento de Geologia e Paleontologia
  • Deusana Maria da Costa Machado Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Departamento de Ciências Naturais

DOI:

https://doi.org/10.11137/2012_1_05_27

Resumo

Durante trabalhos de campo realizados nos últimos dez anos ao longo da borda leste da Bacia do Parnaíba, no Estado do Piauí, tem-se observado uma contínua destruição de afloramentos fossilíferos da Formação Pimenteira, sendo claramente motivo de preocupação. No atual momento de retomada dos estudos sobre esta formação, a realização de inventários amplos, abrangendo todos os grupos fósseis de determinadas regiões, assim como seu contexto geológico, é uma forma de proteção ao patrimônio geológico que deve ser efetuada. O objetivo do presente trabalho é a caracterização da composição e do modo de ocorrência das tafocenoses, além da valoração relativa da importância dos numerosos sítios fossilíferos da Formação Pimenteira, contribuindo para a sua conservação. Este levantamento reúne dados inéditos obtidos a partir de 2005, informações disponíveis na literatura e dados não publicados, como dissertações e teses, cadernetas de campo, fotos de diversas épocas e registros de amostras da Formação Pimenteira depositadas em coleções científicas de diferentes museus e universidades. Desde o trabalho pioneiro de Caster (1948), as tafocenoses da Formação Pimenteira têm sido caracterizadas como erráticas e relacionadas principalmente aos arenitos. Estas interpretações iniciais sofreram alteração significativa após a excursão realizada em 2009, que revelou novos sítios e horizontes fossilíferos em depósitos com litologias diversas (siltitos, arenitos e conglomerados). Com base no presente inventário, consideram-se como mais relevantes os seguintes afloramentos: Morro Branco de Kegel, Rio Sambito, Morro do Cemitério, BR-316/km 318, Itainópolis, Riachão, São João Vermelho e PI-466/km 12. Estas localidades são as mais citadas na literatura e algumas apresentam maior valor histórico e uma considerável diversidade de tafocenoses capazes de fornecer dados sobre o paleoambiente deposicional, a gênese e a idade dos depósitos fossilíferos. Além disso, os fósseis estão mais bem preservados e documentam de forma mais ampla as variações faunísticas e florísticas dos mares devonianos e dos ambientes flúvio-deltaicos do entorno.

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Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

não definida