Potencial geoturístico do Parque Estadual da Serra do Ibitipoca, sudeste do estado de Minas Gerais

Autores

  • Alexis Rosa Nummer Universidade de São Paulo; DGSA; PPGRMH
  • Maria da Gloria Motta Garcia Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Luciana Graci Rodela Universidade Nove de Julho
  • João Carlos Lima de Oliveira Parque Estadual do Ibitipoca
  • Rosimeire Belcavelo Parque Estadual do Ibitipoca

DOI:

https://doi.org/10.11137/2012_1_112_122

Resumo

A Serra do Ibitipoca é uma feição morfoestrutural espetacular localizada entre os municípios de Santa Rita do Ibitipoca e Lima Duarte, sudeste do Estado de Minas Gerais, aproximadamente entre o paralelo 21º38' e 21º44', e meridianos 43º50' e 44º00'. Neste ambiente, foi criado em 1973 o Parque Estadual do Ibitipoca (PEI) pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, que protege uma área de 1488 ha, com altitude média de 1500m e altitudes superiores que variam de 1784m, referente ao Morro da Lombada e 1722m ao Pico do Pião. A Serra do Ibitipoca representa um contraforte proeminente da Serra da Mantiqueira, e constitui-se em duas cristas aplainadas ao norte e arrasadas ao sul. No âmbito geológico, a Serra do Ibitipoca é constituída basicamente por quartzitos de granulometria grossa, intercalados por camadas de quartzitos finos micáceos e granada-sillimanita-biotita xisto. Os sedimentos que preencheram a bacia sedimentar original foram metamorfizados na fácies anfibolito, e deformados em regime tectônico compressivo, resultantes de uma evolução tipo nappe de dobra, com desenvolvimento subseqüente de sistemas de falhas e zonas de cisalhamento de alto ângulo. O resultado desta manifestação tectônica em ambiente sedimentar transicional continente-oceano, associado à atuação de processos erosivos, propiciou o desenvolvimento de quinze magníficas e peculiares grutas formadas em rochas quarzíticas, destacando-se a Gruta das Bromélias com maior extensão. A geomorfologia pode ser resumida pela ocorrência de cristas que mergulham na direção dos vales do rio do Salto e Córrego da Mata, controladas por grandes dobramentos tectônicos que afetou o pacote metassedimentar. O relevo da Serra do Ibitipoca possui feições que chamam a atenção, como pontes naturais, dolinas, lapiés e pequenos vales que podem ter sido gerados por processos de desabamentos de galerias das cavernas. As rochas do PEI têm uma evolução tectônica complexa que resultam em geoformas interessantes. Este antigo ambiente geológico apresenta surpreendentemente flora e fauna exuberantes e exóticas cavernas e grutas que constituem áreas potenciais para o Geoturismo.

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Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

não definida