Tafonomia dos Invertebrados do Sítio Canastra, Formação Romualdo, Cretáceo Inferior, Bacia do Araripe, Araripina, Pernambuco, Brasil

Autores

  • Prado Alves Cadeira do Ludmila Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Centro de Tecnologia e Geociências -- CTG-UFPE
  • Priscilla Albuquerque Pereira Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Centro de Tecnologia e Geociências -- CTG-UFPE
  • Alexandre Magno Feitosa Sales Universidade Regional do Cariri, Departamento de Ciências Biológicas
  • Alcina Magnólia Franca Barreto Universidade Federal de Pernambuco, Laboratório de Paleontologia -- PALEOLAB, Centro de Tecnologia e Geociências, -- CTG-UFPE

DOI:

https://doi.org/10.11137/2016_2_77_87

Palavras-chave:

Tafofácies, Equinoides, Moluscos, Transgressão marinha, Tempestades.

Resumo

A Formação Romualdo, Bacia do Araripe, corresponde a rochas sedimentares de ambiente transicional a marinho raso depositadas durante o Neoaptiano-Eoalbiano. No sítio Canastra, município de Araripina, Estado de Pernambuco, observam-se argilitos gradando para calcarenitos na base do afloramento. Nódulos calcários que na maioria das vezes abrigam peixes, são frequentemente encontrados nos argilitos. O paleoambiente é interpretado como transicional com variação de energia, sugerindo sucessivos ciclos transgressivos. No topo ocorrem rochas calcareníticas com presença de fósseis de moluscos e equinoides, permitindo o estabelecimento de tafofácies que auxiliaram na interpretação paleoambiental da área. A partir da análise tafonômica foram identificadas três tafofácies (T.I, T.II, T.III). A identificação de organismos marinhos nas tafofácies, como equinoides das espécies Pygurus tinocoi e Bothryopneustes araripensis em associação a gastrópodos cassiopídeos e biválvios mitilídeos, sugere deposição das espécies em ambiente marinho. Carapaças de equinoides articuladas bem preservadas ocorrendo associadamente aos biválvios articulados e fechados na T.I indicam uma comunidade vivente primariamente biogênica, gerada por depósitos de sufocamento (= obrution deposits). Nas T.II e T.III a fragmentação é comum, sendo encontrados bioclastos de várias classes de tamanho. As concentrações fossilíferas são pobremente selecionadas, com empacotamento complexo e caótico, tanto em planta como em seção vertical, feições estas típicas de eventos tempestíticos em áreas proximais. Conclui-se que o afloramento fossilífero de Canastra, representa a evolução da paleolaguna Araripe, que sofreu a influência de uma transgressão e gradou para um ambiente marinho raso com ocorrências de soterramento e transporte dos organismos macrobentônicos, entre a zona de praia e a plataforma de Araripina, através da ação de tempestades, corroborando com os dados obtidos para outras porções da bacia.

Downloads

Publicado

2016-06-23

Edição

Seção

não definida