Tendências distópicas no Brasil: a fantasia como possibilidade de lidar com o pesadelo na literatura nacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/203223238

Resumo

O presente artigo busca discutir as especificidades da distopia brasileira, questionando acerca das singularidades na formação de sociedades atrozes e do uso do elemento fantástico para a elaboração e o desenlace destas narrativas em âmbito nacional. Para tal, este trabalho analisa os romances Dorri (2009), de Rafael Silva; Supernova: O encantador de flechas (2015), de Renan Carvalho; e Sombras de Reis Barbudos (1972), de José J. Veiga. Na análise, utiliza-se das contribuições de Causo (2003), Marks de Marques (2014), Matangrano (2013; 2014) e Suvin (1972). Este estudo justifica-se por contribuir com as pesquisas acerca da literatura nacional e acerca do gênero distopia, as quais têm se destacado nas últimas décadas e têm tornado disponíveis novas ferramentas para a (re)leitura de tais textos.

Biografia do Autor

Ânderson Martins Pereira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Letras (Português/Inglês) e especializado em Linguagem e Docência pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). É Mestre em Literatura Comparada na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), período no qual foi bolsista Capes. Atualmente é Doutorando em Estudos Literários na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com ênfase na linha Sociedade, (inter)textos literários e tradução nas Literaturas Estrangeiras Modernas. Atua principalmente sob os temas: Utopia, Distopia, transumanidade, pós-modernidade e pós-humanidade.

Referências

BOOKER, M. Keith. Dystopian Literature: A Theory and Research Guide. Westport: Greenwood, 1994.

CARVALHO, Renan. Supernova: O encantador de flechas. 2.ed. Ribeirão Preto: Novo Conceito Editora LPL, 2015.

CAUSO, Roberto da Silva. Ficção científica, fantasia e horror no Brasil: 1875 a 1950. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

CLAEYS, Gregory. The Origins of Dystopia: Wells, Huxley and Orwell. In: CLAEYS, Gregory. (ed.). The Cambridge Companion to Utopian Literature. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

DARWIN, Charles. A origem das espécies através da selecção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela sobrevivência. Tradução de: Ana Afonso. Leça da Palmeira: Planeta vivo, 2009 [1859].

FERNS, Chris. Narrating Utopia: Ideology, Gender, Form in Utopian Literature. Liverpool: Liverpool University Press, 1999.

FLORES, Angel. Magical Realism in Spanish American Fiction. In: ZAMORA, Lois Parker; FARIS, Wendy B. Magical Realism: Theory, History, Community. Durham: Duke University P, 1995.

ROBERTS, Adam. Science fiction: The new critical idiom. London: Routledge, 2002.

MATANGRANO, Bruno Anselmi. O Fantástico no Brasil: As Origens. Revista Bang! – A sua revista de fantasia. Rio de Janeiro, v. FC e horror, n. 0, 2013, p. 49-55.

MATANGRANO, Bruno Anselmi. O Fantástico no Brasil – Parte II: A Consolidação do Gênero. Revista Bang! Brasil – A sua revista de Fantasia. Rio de Janeiro, v. FC e Horror, n. 1, 2014, p. 49-56.

MARKS DE MARQUES, Eduardo. Da centralidade política à centralidade do corpo transumano: movimentos da terceira virada distópica na literatura. Anuário de Literatura , Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 10-29, 2014.

SILVA, Rafael. Dorri. 2.ed. São Paulo: Chiado, 2015 [2009].

SUVIN, Darko. On the Poetics of the Science Fiction Genre. National Council of Teachers of English Stable, Urbana, v. 34, n. 3, 1972, p. 372-382.

TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Tradução de Maria Clara Correa Castello. 4 ed. Manaus: Editora Perspectiva, 2012.

TOLKIEN, J.R.R. Sobre histórias de Fadas. Tradução de Ronald Eduard Kyrmse. São Paulo: Conrad, 2006.

VEIGA, José J. Sombras de reis barbudos. São Paulo: DIFEL, 1983 [1972].

WEGNER, Philip E. Imaginary Communities: Utopia, the Nation, and the Spatial Histories of Modernity. University of California Press: London, 2002.

Downloads

Publicado

2018-12-29

Edição

Seção

Artigos