Valle-Inclán e a invenção de si

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/211209228

Resumo

Tentar diferenciar as histórias inventadas das histórias reais sobre a vida do escritor espanhol Ramón del Valle-Inclán (1866-1936) não é tarefa fácil. De fato, o próprio escritor colaborou de maneira ativa e intencional no processo de fabulação sobre sua vida pessoal. O objetivo deste estudo é analisar as biografias sobre Valle-Inclán, verificando como o autor, conscientemente, se movimentava entre as categorias biografia, autobiografia e autoficção. Tomando como referência o posicionamento de Valle-Inclán sobre o evento histórico do Carlismo, na vida pessoal e na ficção e com base nas ideias de Alberca (2007), Arfuch (2010) e Lejeune (2014), concluímos que Valle-Inclán criou uma narrativa ficcional para sua vida pessoal, atuando como um personagem conservador, histriônico, extravagante. A estética do esperpento, de sua própria autoria, contribui no processo de criação ficcional de si.

Biografia do Autor

Raquel da Silva Ortega, Universidade Estadual de Santa Cruz

Professora Adjunta do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz. Doutora em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui Mestrado em Letras Neolatinas – Língua Espanhola e Literaturas Hispânicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004) e Graduação em Letras Português/Espanhol pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001). Professora na Especialização em Didática de Espanhol como Língua Estrangeira na Educação Básica, da Uesc. Possui experiência no ensino e pesquisa de Língua Espanhola, Cultura e Literaturas Hispânicas, atuando nas áreas de ensino de literatura e cultura estrangeira.

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Publicado

2019-03-25

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Artigos