Práticas translíngues e contrapedagogias do literário

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Resumo

Neste artigo, objetivo problematizar formações ideológicas em que se ancora a relação entre literatura e monolinguismo, com vistas a questionar tradições, epistemologias e fronteiras linguísticas e curriculares estabelecidas na educação literária. Partindo do pressuposto de que a literatura funciona como importante agente das políticas de línguas, proponho a elaboração conceitual de uma perspectiva glotopolítica do literário, a fim de debater, por um lado, formas de silenciamento das práticas translíngues no ensino e na formação de leitores, e de dar visibilidade crítica, por outro, às zonas de contato/fricção entre múltiplas línguas-culturas no bojo da textualidade literária. Em diálogo com conceituações a respeito das contrapedagogias da crueldade (SEGATO, 2018), que mobilizam processos de descolonização epistêmico-cultural e restabelecimento de projetos de vínculo transnacional no contexto latino-americano, pretendo discutir a contribuição de diferentes estratégias contrapedagógicas das poéticas translíngues do contemporâneo para a ressignificação/reinvenção dos currículos e pedagogias da literatura na atualidade.

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2024-03-12

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