Práticas translíngues e contrapedagogias do literário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1517-106X/2024e63241

Resumo

Neste artigo, objetivo problematizar formações ideológicas em que se ancora a relação entre literatura e monolinguismo, com vistas a questionar tradições, epistemologias e fronteiras linguísticas e curriculares estabelecidas na educação literária. Partindo do pressuposto de que a literatura funciona como importante agente das políticas de línguas, proponho a elaboração conceitual de uma perspectiva glotopolítica do literário, a fim de debater, por um lado, formas de silenciamento das práticas translíngues no ensino e na formação de leitores, e, por outro lado, dar visibilidade crítica às zonas de contato/fricção entre múltiplas línguas-culturas no bojo da textualidade literária. Em diálogo com conceituações a respeito das contrapedagogias da crueldade (Segato, 2018), que mobilizam processos de descolonização epistêmico-cultural e restabelecimento de projetos de vínculo transnacional no contexto latino-americano, pretendo discutir a contribuição de diferentes estratégias contrapedagógicas das poéticas translíngues do contemporâneo para a ressignificação/reinvenção dos currículos e pedagogias da literatura na atualidade.

Biografia do Autor

Antonio Andrade, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e do Programa Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ. Graduado em Letras Português/Espanhol, mestre em Literatura Brasileira e Teorias da Literatura e doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Fez pós-doutorado no Institut für Romanistik, da Universität Potsdam (Alemanha). Entre suas publicações, estão os livros Leitura literária em línguas estrangeiras/adicionais (Pontes, 2022) e Translinguismo e poéticas do contemporâneo (7Letras, 2019).

Downloads

Publicado

2024-06-28

Edição

Seção

Dossiê