Por uma abordagem da história cultural das práticas de escrita na edição de textos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1517-106X/2017192389414Abstract
O artigo discute a mudança de paradigma que ocorreu no campo da História, o surgimento da História Cultural das Práticas de Escrita, os efeitos dessa mudança no âmbito de disciplinas próximas à Filologia, especialmente à Crítica Textual, destacando a interdisciplinaridade como alternativa para inovar e explorar as potencialidades do texto como construto histórico, social, cultural e linguístico. A discussão está fundamentada numa revisão bibliográfica com o intuito de apontar novos caminhos para a edição de textos, considerando a abordagem da História Cultural das Práticas de Escrita. O estudo demonstrou que o diálogo interdisciplinar tem provocado mudanças consideráveis no âmbito da Crítica Textual, ampliando as possibilidades de estudo do texto.
Riferimenti bibliografici
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. 5. ed. Rio de Janeiro: Difel, 1989.
BURKE, Peter. (Org.). A escrita da História: novas perspectivas. Tradução de Magda Lopes. São Paulo: UNESP, 1992.
CASTILLO GÓMES, Antonio (Coord.). Historia de la cultura escrita: del próximo oriente antiguo a la sociedad informatizada. España: Trea, 2001.
CASTILLO GÓMEZ, Antonio; SÁEZ, Carlos. Paleografía versus alfabetización. Reflexiones sobre historia social de la cultura escrita. Signo. Revista de Historia de la Cultura Escrita, n. 1, 1994, p. 133-168.
CASTILLO GÓMEZ, Antonio. Historia de la cultura escrita: ideas para el debate. Revista Brasileira de História da Educação, n. 5, 2003, p. 93-124.
CASTILLO GÓMEZ, Antonio; SAEZ, Carlos. Introducción a la Paleografía y la Diplomática General. Madrid: Síntesis, 1999.
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, São Paulo, v.5, n.11, 1991.
CHARTIER, Roger. Cultura escrita, literatura e história: Conversas de Roger Chartier com Carlos Aguirre Anaya, Jesús Anaya Rosique, Daniel Goldin e Antônio Saborit. Porto Alegre: Artmed, 2001.
CHARTIER, Roger. Entre práticas e representações.Tradução de Maria Manuela Gafhardo. 2. ed. São Paulo: DIFEL, 2002a.
CHARTIER, Roger. Os desafios da escrita. Tradução de Fulvia M. L. Moretto. São Paulo: UNESP, 2002b.
CHARTIER, Roger. Da história da cultura impressa à história cultural do impresso. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 28, n. 1, 2005.
CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Tradução de Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
DARNTON, Robert. O que é a história do livro?. Tradução de Lília Gonçalves Magalhães Tavolaro. ArtCultura, Uberlândia, v. 10, n.16, 2008, p. 155-169.
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. 1. Artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
DUARTE, Luiz Fagundes. Entre Penélope e Euriclea. In: TELLES, Célia Marques. SANTOS, Rosa Borges dos. (Org.). Filologia, críticas e processos de criação. Curitiba: Appris, 2012, p. 53-67.
ELIA, Sílvio. A crítica textual em seu contexto sócio-histórico. In: ENCONTRO DE ECDÓTICA E CRÍTICA GENÉTICA, 3; Anais... João Pessoa: UFPB/ APML / FECPB / FCJA, 1993, p. 57-64.
FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos: arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002. Vol. II.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. 18. ed. São Paulo: Loyola, 2009.
GUIJARRO, Susana. La historia cultural: tendencias y nuevas perspectivas en la historiografía angloamericana. Signo Revista de Historia de la Cultura Escrita, Alcalá de Henares, Universidad de Alcalá de Henares, n. 3, 1996, p. 163-191.
HUNT, Lyann. A história cultural. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
KUHN, ftomas S. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Irene Ferreira, Bernardo Leitão e Suzana Ferreira Borges. Campinas: UNICAMP, 1999.
LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: novos problemas. Tradução de ftéo Santiago. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.
LUCA, Tania Regina. Historia dos, nos e por meios dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi. (Org.). Fontes históricas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
LUCÍA MEGÍAS, José Manuel. Reflexiones en torno a las plataformas de edición digital: el ejemplo de la Celestina. In: POALINI, Devid. (Coord.). De ninguna cosa es alegre posesión sin compañía, estudios celestinescos y medievales en honor del profesor Joseph ftomas Snow. Tomo I. New York: Seminário Hispánico de Estudios Medievales, 2010, p. 226-251.
MCGANN, Jerome. A critique of modern textual criticism. 5. ed. Chicago: University of Chicago Press, 1992.
MCKENZIE, Donald Francis. Bibliografía y sociología de los textos. Madrid: Akal, 2005.
MCLUHAN, Marshall. A galáxia de Gutemberg, a formação do homem tipográfico. Tradução de Leônidas Gontijo de Carvalho e Anísio Teixeira. 2 ed. São Paulo: Nacional, 1977.
MELLO, Maria ftereza Negrão de. História cultural como espaço de trabalho. In: KUYUMJIAN, Marcia de Melo M.; MELLO, Maria ftereza Negrão de. (Org.). 2008. Os espaços da história cultural. Brasília: Paralelo 15, 2008.
PÉREZ PRIEGO, Miguel Angel. La Edición de textos. Madrid: Síntesis, 1997. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
PETRUCCI, Armando. La scrittura: ideologia e rappresentazione. Torino: Einaudi, 1986.
PICCHIO, Luciana Stegagno. A lição do texto: filologia e literatura. Tradução de Alberto Pimenta. Lisboa: Edições 70, 1979.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tradução de Marcondes Cesar. Campinas: Papirus, 1994.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução Alain François [et al.]. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
RUBIO TOVAR, Joaquim. La vieja diosa: de la filología a la posmoderindad. Madrid: Centro de Estudios Cervantinos, 2004.
SÁNCHEZ-PRIETO BORJA, Pedro. Nuevas posibilidades y nuevas exigencias de la crítica textual: la “lectura asistida”. Letras de Deusto, v. 33, n. 100, 2003.
SHILLINGSBURG, Peter L. Scholarly editing in the computer age: theory and practice. 3. ed. Michigan: University Michigan, 2004.
SPAGGIARI, Barbara; PERUGI, Maurizio. Fundamentos de Crítica Textual. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
SPINA, Segismundo. Introdução à edótica: crítica textual. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Ars Poetica/EDUSP, 1994.
TALLAFIGO, Manuel Romero. Archivística y archivos: soportes, edificios y organización. 2. reimp. Madrid: S&C, 2002.
TALLAFIGO, Manuel Romero. Nueva diplomática, nueva metodologia para la historia del documento. Signo, Revista de historia de la cultura escrita, Madrid, n. 14, 2004, p.139-183.
TELLES, Célia Marques; SANTOS, Rosa Borges dos. (Org.). Filologia, críticas e processos de criação. Curitiba: Appris, 2012.
THOMPSON, Edward. A formação da classe operária inglesa. v. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987a.
THOMPSON, Edward. A formação da classe operária inglesa. v. 2. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987b.
WHITE, Hayden. A Meta História. São Paulo: EDUSP, 1992.
##submission.downloads##
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
O/A/S AUTOR/A/S confirma/m sua participação em todas as etapas de elaboração do trabalho: 1) Concepção, projeto, pesquisa bibliográfica, análise e interpretação dos dados; 2) Redação e revisão do manuscrito; 3) Aprovação da versão final do manuscrito para publicação; 4) Responsabilidade por todos os aspectos do trabalho e garantia pela exatidão e integridade de qualquer parte da obra. O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus, por parte de todos os autores, dos direitos de publicação para a revista Alea, a qual é filiada ao sistema CreativeCommons, atribuição CC-BY (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/). Os autores são integralmente responsáveis pelo conteúdo do artigo e continuam a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Alea não se compromete a devolver as contribuições recebidas. Autores de artigos, resenhas ou traduções receberão um exemplar da revista.