O fator econômico nas cartas de Graciliano Ramos: Vidas Secas e outras histórias
Abstract
Se Vidas Secas é o romance de Graciliano Ramos que mais diretamente trata a questão da pobreza e de suas consequências mais gritantes e como o próprio autor declara ser ele uma espécie de Fabiano numa de suas cartas, propôs-se neste artigo perquirir o universo epistolar do escritor, a fim de perceber de que modo esse livro publicado em 1938 perpassa a narrativa de vida de Graciliano, num momento específico em que se dá a produção e tentativa de distribuição de alguns dos capítulos-contos que compõem o romance. A leitura das correspondências do autor, em especial aquelas endereçadas ao tradutor argentino Benjamín de Garay e à esposa Heloísa, não somente revelaram um homem com imensos problemas financeiros tentando sobreviver como escritor, mas sobretudo revelaram um escritor que transformou a falta em potência, encontrando, como Fabiano, nas palavras, a força necessária para ir adiante e sonhar, como Baleia, com um mundo diferente.
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