Plágio e Autoplágio: um desafio simples para as mentes científicas

Autores

  • Gilson Volpato

Resumo

A questão do plágio é antiga na vida do cientista. Ela foi exacerbada após a entrada das revistas científicas na internet pelas facilidades de sua detecção. Hoje há ferramentas computacionais que nos possibilitam analisar reproduções de texto para identificarmos as que sejam plágio. De minha percepção com o ensino da redação científica, grande parte do plágio pode decorrer da ignorância sobre o processo de citação na ciência empírica, bem como sobre o que seja o plágio.

Segundo o Código de Boas Práticas da Fapesp[1], plágio é “... a utilização de ideias ou formulações verbais, orais ou escritas de outrem sem dar-lhe por elas, expressa e claramente, o devido crédito, de modo a gerar razoavelmente a percepção de que sejam ideias ou formulações de autoria própria”. A Fapesp não faz menção ao autoplágio. Porém, no Relatório da Comissão de Integridade na Pesquisa[2], do CNPq, autoplágio “... consiste na apresentação total ou parcial de textos já publicados pelo mesmo autor, sem as devidas referências aos trabalhos anteriores.”. Mas note que nem tudo merece citação. As informações que forem de conhecimento geral do público alvo não precisam ser citadas. Por exemplo, na atualidade não faz sentido citarmos que exercício físico e bons hábitos alimentarem favorecem a saúde cardiovascular das pessoas, pois todos os cientistas sabem disso (até mesmo quem não é especificamente dessa área). Assim, a regra é: se não é seu, nem de todos, então cite. Com isso, evita-se citar informações que estão em livros texto da graduação, pois para chegar lá a informação já foi suficientemente consolidada na respectiva área.


[1] http://www.fapesp.br/boaspraticas/FAPESP-Codigo_de_Boas_Praticas_Cientificas_2014.pdf

[2] http://www.cnpq.br/documents/10157/a8927840-2b8f-43b9-8962-5a2ccfa74dda

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Publicado

2017-11-06

Edição

Seção

Ponto de Vista