Importantes estudos têm aportado à literatura nacional um conjunto de dados e reflexões que expõem de forma bastante gritante a desigualdade racial no Brasil. Este estudo surge com esta perspectiva: conhecer o impacto desta desigualdade no cotidiano do lazer de jovens do bairro Guajuviras. A amostra do estudo foi composta por 2112 estudantes matriculados no sistema público de ensino do bairro que participaram do Mapa do Lazer Juvenil. As informações obtidas permitiram criar um banco de dados que foi submetido à análise de freqüência através do programa estatístico SPSS, versão 11. Para verificar possíveis associações entre variáveis utilizou-se o teste estatístico Qui-quadrado para análise de tabela de contingência e estabeleceu-se como nível de significância 5% (p<0,05). Como pudemos perceber, o lazer de jovens pobres se dá no âmbito do espaço público e nestes locais a desigualdade racial não foi captada pelo instrumento de pesquisa utilizado. No campo cultural, a diferença encontrada, quanto ao gosto musical, permite identificá-la como algo positivo. Para jovens que têm a sua auto-estima estilhaçada pelo preconceito, fazer da música um instrumento de fortalecimento de sua identidade é positivo e necessário.