Serpentes de uma área de transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica no sudeste do Brasil

Autores/as

  • Adriano Lima Silveira
  • Maria Rita Silvério Pires
  • Gisele Agostini Cotta

Palabras clave:

Serpentes, Taxonomia, Ecologia, Cerrado, Mata Atlântica

Resumen

Foi estudada a composição da fauna de serpentes dos municípios de Ouro Preto, Mariana e Itabirito, em Minas Gerais, Brasil. A área localiza-se na porção sul da Cadeia do Espinhaço e apresenta clima tropical de altitude e vegetação caracterizada como ecótone entre o Cerrado e a Mata Atlântica. Foi realizado o levantamento das serpentes no período de junho de 2000 a maio de 2003, através de coletas por encontro direto e em 12 postos de coleta, além de consultas a coleções e literatura. Foram registradas 58 espécies, pertencentes a 32 gêneros das famílias Colubridae (50 espécies), Viperidae (4), Elapidae (2), Tropidophiidae (1) e Leptotyphlopidae (1). Trinta e sete espécies foram coletadas durante o estudo, 20 foram registradas somente em coleções e uma, apenas em literatura. Algumas espécies apresentaram variações morfológicas ou estado taxonômico incerto. A área estudada apresentou elevada riqueza de serpentes, figurando entre as cinco áreas mais ricas do Brasil. A fauna estudada mostrou-se mais similar a outras áreas de Cerrado, sendo composta por 43 espécies registradas no Cerrado, 39 na Mata Atlântica e 24 em ambos os biomas. Foram amostrados 210 exemplares, sendo que Bothrops neuwiedi exibiu a maior frequência de encontro (14,29%). Sete espécies e um gênero tiveram a distribuição geográfica conhecida significativamente ampliada. O estado de conservação de dez espécies precisa ser melhor avaliado, algumas podendo ocorrer como populações isoladas. Grande parte das espécies foi registrada nas unidades de conservação locais. Por fim, foi elaborada uma chave para a identificação das serpentes da área estudada.

Publicado

2021-09-20

Número

Sección

ZOOLOGIA