Alguns restos de peixes fósseis do Devoniano Médio (Eifeliano-Givetiano) da Formação Pimenteira da Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil

Autores

  • John G. Maisey
  • José Henrique G. Melo

Palavras-chave:

Devoniano, Formação Pimenteira, Bacia do Parnaíba, Malvinocáfrico, Elasmobrânquio

Resumo

Restos de peixes fósseis do Devoniano Médio (Neo-eifeliano - Eogivetiano) são descritos da Formação Pimenteira, em sua faixa aflorante na margem oriental da Bacia do Parnaíba (região de Picos, PI, nordeste do Brasil). Os fósseis incluem um espinho de nadadeira ornamentado com costelas, um dente bicúspide de tubarão similar aos dos xenacantos e omalodôntidas, e um espinho mal preservado de Machaeracanthus. Além disso, registram-se pequenas escamas indeterminadas e possíveis fragmentos de cartilagem com calcificação prismática. O dente bicúspide constitui o primeiro achado dessa natureza no Devoniano do Brasil, sendo também o primeiro com registro inequívoco no Devoniano da América do Sul. Suas cúspides principais possuem cristas bem espaçadas entre si (tal como se verifica nos dentes de Antarctilamna, um elasmobrânquio devoniano do Gondwana), porém inexistem pequenas cúspides intermediárias (como em Leonodus). O espinho da nadadeira possui ornamentação comparável à de Ctenacanthus, Antarctilamna e Doliodus, porém a sua má preservacão não permite uma determinação segura. Machaeracanthus é o vertebrado devoniano com a mais ampla distribuição no Reino Malvinocáfrico, e seus espinhos são também conhecidos nos reinos do Velho Mundo e América Oriental, embora escamas referidas ao gênero tenham sido assinaladas fora dessas três regiões. A ocorrência de espinhos de Machaeracanthus nas bacias do Parnaíba e Amazonas reforça uma proposta anterior (baseada na distribuição de certos invertebrados fósseis) de conexões marinhas entre essas duas bacias e os reinos Malvinocáfrico, do Velho Mundo e da América Oriental durante o Neo-eifeliano - Eogivetiano.

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Publicado

2021-12-13

Edição

Seção

SUMÁRIO