O CANGAÇO NA LITERATURA DE CORDEL E A BUSCA POR UMA IDENTIDADE REGIONALISTA DO NORDESTE (1950-1980)
Schlagworte:
Regionalismo, Cangaço, Literatura de CordelAbstract
Este trabalho tem como objetivo relacionar a temática do cangaço, abordada na literatura de cordel, à constituição de uma identidade regionalista do Nordeste entre as décadas de 1950 e 1980. Para o desenvolvimento deste artigo apresentarei o contexto políticosocial nordestino das primeiras décadas do século XX, ambiente esse responsável pela emergência dos discursos regionalistas, apoiados em sua defesa e preservação das tradições estritamente regionais. O tratamento desses aspectos se configura indispensável para o estabelecimento de relações entre a cultura conservadora do nordestino e a figura dos cangaceiros, esses últimos apresentados como símbolos regionais de coragem, bravura e valentia. Desse modo, atento para a identificação do leitor nordestino do cordel a esses atributos inerentes aos principais representantes do cangaço, possibilitando o reconhecimento desses receptores às mesmas qualidades dos cangaceiros reproduzidas nesses versos populares. Permitindo, da mesma maneira, o recrudescimento de um sentimento de pertença, por parte do nordestino, aos valores tradicionais da sua região.Literaturhinweise
Fontes
Cordéis:
CAVALCANTE, Rodolfo Coelho. Lampião não era tão Cão como se Pinta. [s.l] [s.e], 1982.
CAVALCANTE, Rodolfo Coelho. Maria Bonita – Mulher Macho, Sim, Senhor. [s.l] [s.e], 1983.
FILHO, Manoel D‟Almeida. De Cangaceiro a Santo. São Paulo: Ed. Prelúdio, [195-].
______________________. Vida, Vingança e Morte de Corisco. São Paulo: Editora Luzeiro, 1986.
MAXADO, Franklin. Debate de Lampião com uma Turista Americana. São Paulo: [s.n.], 1981.
Periódicos:
FREYRE, Gilberto. Diário de Pernambuco, 20 de Abril, 1924.
________________. Diário de Pernambuco, 7 de Fevereiro, 1926.
________________. Do Bom e do Mau Regionalismo. Revista do Norte, nº5, Outubro, 1924.
Referências Bibliográficas
ABREU, Capistrano de. Capítulos de História Colonial. São Paulo: Brasiliense, 1985.
ALBUQUERQUE, Durval Muniz. A Invenção do Nordeste e Outras Artes. Recife: Editora Massangana; São Paulo: Cortez, 1999.
AZEVEDO, Adriana Cordeiro. Cordel, Lampião e Cinema na Terra do Sol. Rio de Janeiro: Ferreira Studio, 2004.
AZEVEDO, Neroaldo Pontes. Modernismo e Regionalismo: Os Anos 20 em Pernambuco, João Pessoa: Secretaria de Educação e Cultura da Paraíba, 1984.
BHABHA, Homi. Local da Cultura. B.H.: UFMG, 1998.
CAMPOS, Renato Carneiro. Ideologia dos Poetas Populares do Nordeste. 2. ed. Recife: MEC, 1977.
CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: Uma Discussão Conceitual. Dados. Rio de Janeiro, v.40, n.2, 1997.
CARVALHO, Alba M. P. de. As Políticas Públicas no Brasil Contemporâneo: Relação Estado-Sociedade. Natal: UFRN, 2002.
CASTRO, Iná Elias de. “Natureza, Imaginário e Reinvenção do Nordeste”. In: CORREA, R.L; ROSENDHAL, Z. (orgs.) Paisagem, Imaginário e Espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.
CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião – O Rei dos Cangaceiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
CHARTIER, Roger. A Ordem dos Livros: Leitores, Autores e Bibliotecas na Europa entre os Séculos XIV e XVIII. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999.
________________. Cultura Popular: Revisando um Conceito Historiográfico. In: Estudos Históricos, vol.8, n.16, Rio de Janeiro, 1995.
DARNTON, Robert. O Grande Massacre dos Gatos e Outros Episódios da História Cultural da França. 4. ed. São Paulo: Graal, 1986.
ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1965.
FREYRE, Gilberto. Manifesto Regionalista. Os Cadernos de Cultura. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e da Cultura, Serviço de Documentação, 1955.
_______________. Região e Tradição. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1941.
_______________.Vida, Forma e Cor. Rio de Janeiro: Record, 1987.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A,
HOBSBAWM, Eric J. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
INOJOSA, Joaquim. Sursum Corda! Rio de Janeiro: Olímpica, 1981.
JÚNIOR, Manuel Diegues. “Literatura de Cordel”. In: Sebastião Nunes Batista. Antologia da Literatura de Cordel. Natal: Fundação José Augusto, 1977.
LESSA, Renato. “A Invenção da República do Brasil: Da Aventura à Rotina”. In: Maria Alice Resende de Carvalho (Org.) República do Catete. Museu da República, Rio de Janeiro, 2001.
LUYTEN, Joseph Maria. O Que É Literatura Popular. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.
MELLO, Frederico Pernambuco de. Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004.
NEMER, Sylvia Regina Bastos. A Função Intertextual do Cordel no Cinema de Glauber Rocha. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005.
OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma Re(li)gião: SUDENE, Nordeste e Conflitos de Classe. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História Cultural: Experiências de Pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2003.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. História do Cangaço. 2. ed. São Paulo: Global, 1986.
REZENDE, Antônio Paulo. (Des)encantos Modernos: Histórias da Cidade de Recife na Década de 1920. Recife: FUNDARPE, 1997.
SILVEIRA, Rosa Maria Godoy. O Regionalismo Nordestino: Existência e Consciência da Desigualdade. São Paulo: Editora Moderna, 1984.
THOMPSON, E.P. Costumes em Comum. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação;
As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade e não refletem a opinião da Ars Historica.