IGREJA CATÓLICA, DITADURA E MEMÓRIA NO BRASIL

Autor/innen

  • Bárbara Geromel Universidade Federal do Rio de Janeiro

Schlagworte:

Ditadura, Igreja Católica, Memória.

Abstract

Durante a ditadura militar no Brasil, a Igreja Católica, sobretudo através do episcopado, assumiu posicionamentos diversos em sua relação com o governo dos generais e, consequentemente, sobre questões caras ao período, como a violência política e as graves violações aos direitos humanos cometidas por ele. Trata-se de posicionamentos que atravessam os extremos da chancela e da denúncia ao regime. Apesar disso, é a memória de uma Igreja militante e progressista a que se convencionou lembrar e enaltecer. Contudo, à luz de novas questões e pesquisas, a complexidade da instituição eclesiástica brasileira tem sido exposta a fim de compreendermos melhor o papel por ela desempenhado e o contexto em si. Um dos objetivos do presente trabalho é trazer alguns elementos que nos permitam pensar a construção memorialística da Igreja Católica, principalmente após a retomada da democracia no país.

Autor/innen-Biografie

Bárbara Geromel, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS/UFRJ). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES). E-mail: gc_barbara@hotmail.com.

Literaturhinweise

ALVES, Márcio Moreira. A Igreja e a política no Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 1979.

AMARAL, Roniere Ribeiro do. Milagre político: catolicismo da libertação. 2006. 333 p. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília, Brasília.

ANDRADE, Ana Célia Navarro de. Inventário do fundo Clamor. Organização e descrição do Fundo Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os Países do Cone Sul. 2000. Dissertação (Mestrado em História). FFLCH/USP, São Paulo.

BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório Volume II: textos temáticos. Brasília: CNV, 2014. 416 p.

CAMPANHOLO, Bárbara Geromel. Antes do refúgio: a história não contada da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro. 2019. 248 p. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói.

CANCIAN, Renato. Conflito Igreja-Estado no período da ditadura militar: revisitando aspectos teóricos das abordagens institucionais. REVISTA ANGELUS NOVUS, v. 11, p. 99-120, 2016.

COMISSÃO DE FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS; INSTITUTO DE ESTUDOS DA VIOLÊNCIA DO ESTADO; GRUPO TORTURA NUNCA MAIS (RJ e PE). Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos a partir de 1964. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 1995. 444 p.

DELGADO, Lucilia de Almeida Neves; PASSOS, Mauro. Catolicismo: direitos sociais e direitos humanos (1960- 1970)”. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (Orgs.). O Brasil Republicano. O tempo da ditadura: regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2007. p. 93-131.

FESTER, Antonio Carlos Ribeiro. Justiça e Paz: memórias da Comissão de São Paulo. São Paulo: Loyola, 2005.

FRAGA, Guilherme Barboza de. Clamores contra as ditaduras do Cone Sul: o grupo Clamor e a solidariedade em defesa dos perseguidos políticos e seus familiares. 2020. 227 p. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

GOMES, Paulo César. Os bispos católicos e a ditadura militar (1971-1980): a visão da espionagem. Rio de Janeiro: Record, 2014.

LIMA, Samarone. Clamor: a vitória de uma conspiração brasileira. Objetiva: Rio de Janeiro, 2003.

MAINWARING, Scott. Igreja Católica e política no Brasil (1916-1985). São Paulo: Brasiliense, 2004.

MARTINS, Edilson. Nós, do Araguaia: Dom Pedro Casaldáliga, o bispo da teimosia e liberdade. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

MOREL, Edmar. O golpe começou em Washington. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1965.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, CPDOC-FGV, v.2, n.3, 1989, p. 03-15.

PRESOT, Aline Alves. As Marchas da Família com Deus pela Liberdade e o Golpe de 64. 151 p. Dissertação (Mestrado em História Social) – Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

QUADRAT, Samantha Viz. A repressão sem fronteiras: perseguição e colaboração entre as ditaduras do Cone Sul. 2005. 223 p. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói.

REIS, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à constituição de 1988. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

__________. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In: REIS, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá (Orgs.). O golpe e a ditadura militar: 40 anos depois (1964-2004). São Paulo: Edusc, 2004. p. 29-52.

ROCHA, Jan. Solidariedade não tem fronteiras: a história do grupo Clamor, que acolheu refugiados das ditaduras sul-americanas e denunciou os crimes do Plano Condor. São Paulo: Outras Expressões, 2018.

SALEM, Helena. A Igreja dos oprimidos. São Paulo: Editora Brasil Debates, 1981.

SALES, Dom Eugênio; ARNS, Dom Paulo Evaristo. A história não contada do refúgio no Brasil antes da Lei nº 9.474/97. In: BARRETO, Luiz Paulo Teles Ferreira (Org.). Refúgio no Brasil: a proteção brasileira aos refugiados e seu impacto nas Américas. Brasília: ACNUR, Ministério da Justiça, 2010. p. 60-69.

SERBIN, Kenneth P. Diálogos na sobra: bispos e militares, tortura e justiça social na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

VIEIRA, Jessie Jane. Impasses e controvérsias na construção da memória histórica da Igreja Católica no Brasil. Passagens: Revista de História Política e Cultura Jurídica, Rio de Janeiro: vol. 3, n. 2, maio/agosto 2011, p. 203-216.

Veröffentlicht

2021-12-27