História oral: uma possibilidade de justiça cognitiva no currículo

Autores/as

  • Júlio César Augusto do Valle Universidade de São Paulo

Palabras clave:

história oral, currículo, etnomatemática,

Resumen

O propósito deste artigo é avaliar em que medida e com que profundidade a história oral – na perspectiva de Meihy (2002; 2010) – pode ser fundamental na construção de uma possibilidade de justiça cognitiva no currículo. Para isso, parte-se de trabalhos de Costa (1999) e Valle (2013) que denunciam a parcialidade com que o currículo escolar tem tratado certas temáticas, permitindo que os alunos construam representações de identidades de grupos marginalizados – a saber, indígenas e africanos – também parciais. Sugere-se, à guisa de exemplificação, o caso das esteireiras Yombe que evidencia a perda de certos elementos da cultura de seu povo que costumavam ser transmitidos em sua tradição oral (GERDES, 2007). Isso para construir, a partir deste exemplo, um caminho que sirva de aporte teórico para pesquisas que venham a refletir sobre questões como essa. Espera-se, afinal, que, trazidas tais temáticas para o currículo escolar brasileiro, os alunos possam ouvir outra história sobre aqueles que, para estes alunos, apenas protagonizam histórias de sofrimento, escassez e miséria.

Biografía del autor/a

Júlio César Augusto do Valle, Universidade de São Paulo

Mestrando da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). E-mail: julio.valle@usp.br

Citas

ALBERTI, Verena. Ouvir contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004. CALDAS, Alberto Lins. Oralidade, texto e história. São Paulo: Edições Loyola, 1999. COSTA, Marisa Vorraber. Currículo e Política Cultura. In: O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. p. 37-68. D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática – elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011. ELIAS, Norbert. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. GARNICA, Antonio Vicente Marafioti. A experiência do labirinto: metodologia, história oral e educação matemática. São Paulo: Editora UNESP, 2008. GERDES, Paulus. Etnomatemática: reflexões sobre Matemática e Diversidade Cultural. Ribeirão: Edições Húmus, 2007. MANTUBA-NGOMA, Mabiala. Frauen, Kunsthandwerk und Kultur bei den Yombe in Zaire. Göttingen: Edition Re, 1988. MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de história oral. São Paulo: Edições Loyola, 2002. ; HOLANDA, Fabíola. História oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Contexto, 2010. MONTENEGRO, Antonio Torres. História oral e memória: a cultura popular revisitada. São Paulo: Contexto, 1992. SANTOS, Boaventura Souza. Epistemologias do Sul. São Paulo: Editora Cortez, 2010. VALLE, Júlio César Augusto. Etnomatemática e Discurso Performático: a construção de identidades na escola. Trabalho apresentado ao I Congreso de Educación Matemática de América Central y el Caribe, Santo Domingo, 2013. Disponível em http://www.centroedumatematica.com/memorias-icemacyc/369-484-2-DR-C.pdf. VERGANI, Teresa. Educação etnomatemática: o que é? Natal: Flecha do Tempo, 2007.

Publicado

2021-07-22

Número

Sección

Artigos Livres