FIGURAÇÕES DE LIBERDADE: A RESISTÊNCIA NO CINEMA NA CIDADE DE RIO BRANCO (1971-1981)
Mots-clés :
Cinema, Discursos, Acre,Résumé
Neste presente artigo, pretendemos fazer um estudo em torno do cinema no Acre, mais precisamente, sobre os jovens cineastas do grupo ECAJA FILMES, e de como seus filmes representaram uma denúncia, uma resistência para o povo oprimido pela pecuarização do estado do Acre, principalmente, no meio espacial da cidade de Rio Branco entre os anos 1971 e 1981, com foco nos discursos inseridos nos meios de comunicação, como jornais escritos e rádio, e a partir dos discursos dos governantes acreanos, que pregavam o “desenvolvimento” e o “progresso” do estado do Acre. Tais discursos eram proferidos nos meios de comunicação através de propagandas maciças no centro-sul do país e no próprio estado, por um lado para atrair investidores, e por outro, para que a população aceitasse o projeto político imposto ao nosso estado – a pecuarização. Tal pesquisa é uma tentativa de diálogo que procura um avanço para os estudos envolvendo a linguagem cinematográfica e a sociedade acreana, sobretudo no meio espacial da cidade de Rio Branco. O trabalho em pauta tem como principal aporte teórico-metodológico os estudos sobre cinema de Marc Ferro, Costa Júnior, etc.; as relações de poder discursivas acerca estabelecidas na sociedade, utilizando para tal análise os trabalhos de Mikhail Bakhtin. Os autores e a produção cinematográfica do grupo ECAJA nos auxiliarão no caminho do estudo das mídias culturais, lugar de discursos de resistência, que comunicavam as práticas culturais oficiais, tais como o culto ao “progresso” e ao “desenvolvimento” e a resistência desencadeada pela população rio-branquense, em destaque às obras do ECAJA. Pretendemos, portanto, tornar evidente através de uma análise dialógica os discursos apresentados e/ou veiculados pelo governo e os embates entre um discurso oficial e um discurso popular que surgia como forma de resistência nos próprios meios de comunicação, em destaque no cinema na cidade de Rio Branco nos anos entre 1971 e 1981.Références
Referências:
Livros:
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1995.
CALABRE, Lia. A era do rádio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
COSTA JÚNIOR, Hélio Moreira da. Acre(anos) de Cinema: uma história quadro-a-quadro de jovens cineastas (1972-1982). Rio Branco: Edufac, 2010.
COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente. Meios alternativos de comunicação e movimentos sociais na Amazônia Ocidental (Acre: 1971-81). São Paulo: USP, 2000.
FERRO, Marc. Cinema e História. Trad. Flávia Nascimento. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1992.
MACHADO, Tânia Mara Rezende. Migrantes sulistas: caminhadas, aprendizados e a constituição de modos de vida na região acreana (1977- 2000). Pernambuco, UFPE, 2002.
SANTANA, Marcílio Ribeiro. Os “Imperadores do Acre”. Uma história da recente expansão capitalista na Amazônia Ocidental: Contribuição à história da recente expansão capitalista na Amazônia. Brasília, UNB, 1988.
SOUZA, Carlos Alberto Alves de. História do Acre. Rio Branco: Editora M.M. Paim, 1992.
Fontes:
Documentos oficiais e jurídicos:
Anuário Estatístico do Acre, ano de 1970, v. IX, Rio Branco, julho de 1971.
Anuário Estatístico do Acre, v. XIX, Rio Branco, 1980.
IBGE: Enciclopédia dos municípios brasileiros, 1957, v. XIV.
NOVO ACRE- Administração Wanderley Dantas, Notícias e Informações. Rio Branco, Acre: Serviço de Divulgação do Estado do Acre – SERDA-, 1 a 31 de outubro de 1972.
RIO BRANCO, Acre. Coleção Monografias nº 519, Fundação IBGE, 12 de julho de 1972, Serviço Gráfico da Fundação IBGE, em Lucas, GB.
Filmes:
“A imagem de uma Vida”, coletânea em comemoração aos 40 anos do 7º BEC, 2009.
“Rosinha, a Rainha do Sertão” Produção Ecaja Filmes, ano de 1974, em Rio Branco. Argumentação, roteiro, montagem e direção: João Batista; câmeras: Raynato Silva, João Batista e Adalberto Queiroz; diretor fotográfico: Adalberto Queiroz. Elenco do filme: João Batista, Joracilda Gomes, Adalberto Queiroz, Markísio Lima, Raimundo Ferreira, Capixaba, Maria Brito, Maria Rita, Acirema Marquez, Avelino Acióle, Ana Maria, Graça Queiroz. Participação especial: Raimunda Bessa.
Músicas:
José Carlos Capinan, em 1966, para Caetano Veloso, que a gravou em seu primeiro disco, lançado em 1968.
“Padim Sebastião” é uma canção de Pia Vila e Terri Vale Aquino, “Padim Sebastião”, composta em 1976.
Publicações periódicas:
Jornal O Rio Branco, 06 fevereiro de 1971, ano II, nº 234, p. 1.
_________________, 15 de janeiro de 1972, nº 452, p. 3.
_________________, 25 de outubro de 1972, ano IV, nº 702, p. 3.
_________________, 10 de julho de 1973, ano V, nº 891, p. 1.
_________________, 14 de abril de 1974, ano V, nº 1090, p. 3.
_________________, 11 de julho de 1974, ano VI, nº 1062, p. 1.
_________________, 03 de agosto de 1974, ano VI, nº 1082, p.1.
_________________, 16 de outubro de 1974, ano VI, nº 1252, p.1.
_________________, 08 de dezembro de 1974, ano VI, nº 1286, p. 1.
_________________, 31 de janeiro de 1976, ano VII, nº 1638, p. 1.
Jornal Varadouro, ano IV n. 20, abril de 1981.
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