PONTES ORIENTALISTAS SOBRE O ATLÂNTICO: INDÍCIOS DE DIÁLOGOS ENTRE O ORIENTALISMO LUSO E O BRASILEIRO NO SÉCULO XIX

Résumé

Com o intuito de contribuir para uma reflexão acerca do ainda pouco estudado orientalismo no Brasil do século XIX, e tendo como base a indicação de uma identificável relação entre o indigenismo e o orientalismo, o presente artigo se volta para um levantamento inicial da relação entre o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, nomeadamente em sua publicação Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a figura do imperador D. Pedro II – grande incentivador deste Instituto –, e alguns dos orientalistas portugueses dos oitocentos. Dado o caráter preliminar da presente investigação, mapeamos a presença de orientalistas portugueses no interior do citado Instituto brasileiro, indício de circulação de tais concepções entre as duas margens do Atlântico. Aqui, discutiremos, ainda, as variadas formas assumidas pelo conceito orientalismo, posto que, desde a publicação do livro de 1978, por Edward Said, o conceito se desdobrou e “ajustou-se” a uma série de realidades diversas, que o aprofundam e complexificam na medida em que o tornam mais operacionalizável.